Greg Oden. O gigante tenta reerguer- se, agora na China
Primeira escolha do draft da NBA em 2007, o poste sucumbiu às lesões que fizeram dele um dos maiores flops da liga
Pesquisa- se uma lista dos maiores flops da história da NBA e Greg Oden aparece em todas elas, ao lado de nomes como Adam Morrisson, Kwame Brown, LaRue Martin, Michael Olowokandi ou Sam Bowie, o poste que os Portland TrailBlazers escolheram em segundo lugar do draft de 1984, à frente de um tal de Michael Jordan.
Oden foi escolhido também pela equipa de Portland – com apetência comprovada para os “tiros ao lado” na eleição de rookies – como o n. º 1 no draft de 2007. Mas ao invés de se confirmar como a next big thing ( grande fenómeno), conforme perspetivavam os olheiros da formação do Oregon ( e não só), transformou- se rapidamente no next big flop ( grande desilusão). Aos 27 anos, volta a ser notícia: assinou contrato com os Jiangsu Dragons e vai procurar na China a felicidade que não encontrou na NBA.
Escolhido à frente do talento de Kevin Durant naquele draft de 2007, o gigante nascido em Buffalo, Nova Iorque, estava destinado a dominar o jogo interior junto às tabelas, qual versão 2.0 de Shaquille O’Neal, o poste que marcou a geração anterior na NBA – “tão forte como, mas mais ágil do que”, acenava o cartaz mediático colado a Greg Oden. Mas aqueles 2,13 metros revelaram- se frágeis como gelatina. E o jogador saído da universidade de Ohio State passou a ser uma cobaia clínica mais do que um basquetebolista.
O primeiro sinal da tragicomédia que se iria tornar a aventura de Greg Oden na NBA chegou pouco mais de um mês depois da sua escolha pelos Blazers. Ainda antes da época começar, em setembro de 2007, ao levantar- se do sofá de casa a patela do joelho cedeu, com uma microrrotura que o levou à sala de operações e o fez perder toda a primeira temporada.
O poste dos Blazers voltou aos pavilhões no início da época seguinte para o seu verdadeiro ano de rookie na liga e, apesar de lesões menores pelo caminho, conseguiu fazer 61 dos 82 jogos da fase regular, deixando algumas indicações de que poderia recuperar o tempo perdido. Mas em dezembro de 2009, já na segunda temporada a sério, o mundo voltou a desabar sobre a rótula de Oden durante um jogo contra os LA Clippers. O gigante não mais conseguiu reerguer- se na NBA.
Após cinco cirurgias aos joelhos e nenhum minuto de jogo em dois anos e meio, os Portland TrailBlazers rescindiram o contrato com Greg Oden em março de 2012. E ele decidiu passar a temporada de 2012- 13 afastado dos campos, em reabilitação física, prometendo voltar em forma na época seguinte.
Em agosto de 2013, os então campeões Miami Heat deram- lhe essa oportunidade. Em outubro, na pré- época, f azia o seu primeiro jogo em quatro anos. Mas este não foi um regresso luminoso: apesar de ter resistido sem lesões, jogou apenas em 23 partidas da fase regular, durante o chamado garbage time ( quando o resultado já não aquece nem arrefece), e outras três no play- off, num ano em que esses Heat de LeBron James, Dwyane Wade, Chris Bosh e companhia perderam a coroa de campeões para os San Antonio Spurs.
Descartado após as Finais, Oden, cujas lesões lhe trouxeram também distúrbios comportamentais, dependência do álcool e estados depressivos, reapareceu nos media pelos piores motivos: uma agressão a uma antiga namorada, o que serviu para afastar definitivamente o interesse de qualquer equipa da NBA.
Agora, com 27 anos e sem conseguir voltar à liga norte- americana, Greg Oden vai tentar reerguer a carreira ao serviço dos Jiangsu Dragons, a troco de um milhão de euros por um ano, numa liga chinesa onde já outros ex- NBA caídos em desgraça encontraram redenção, como Stephen Marbury, Gilbert Arenas, Tracy McGrady, Andray Blatche ou Michael Beasley, entre outros. Para trás, Oden deixa 114 jogos distribuídos por três temporadas úteis nos sete anos que passou na NBA, onde ainda assim arrecadou algo como 22 milhões de euros.