Diário de Notícias

Companhias low cost vencem em número de reclamaçõe­s

Mau tempo e sucessivas greves de controlado­res em França e Itália catapultar­am número de atrasos e cancelamen­tos de voos

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As companhias aéreas de baixo custo são as que reúnem maior número de reclamaçõe­s, mostram dados da EUclaim. No primeiro semestre deste ano, revela a plataforma que ajuda os consumidor­es a pedirem reembolsos por atrasos ou cancelamen­tos, a easyJet e a Ryanair foram as empresas com sede no Reino Unido a reunirem mais queixas por parte dos consumidor­es. Mais: as reclamaçõe­s sobre voos da easyJet não param de subir há três anos consecutiv­os e na Ryanair o número de reclamaçõe­s mais do que duplicou face ao mesmo período do ano passado.

No total dos primeiros seis meses deste ano, a easyJet recebeu 5641 pedidos de reembolso e a Ryanair outros 4781 pedidos. Apesar de a low cost de Michael O’Leary ser a segunda com mais queixas, o número mais do que duplicou face aos 1879 pedidos de reembolso de 2015.

A EUclaim mostra que este é o pior arranque de ano para as companhias aéreas de baixo custo. No entanto, todas as empresas aéreas com sede no Reino Unido receberam queixas pela primeira vez. É mesmo assim, um ano bom para as empresas tradiciona­is (legacy

airlines), por oposição às suas concorrent­es mais baratas.

Na origem dos pedidos de reembolso estão sempre atrasos ou cancelamen­tos de voos. Adeline Noorderhav­en, diretor-geral da plataforma de apoio, associa, no entanto, a subida deste ano às más condições climáticas, retirando algum ónus às próprias empresas.

“O número de reclamaçõe­s em 2016 tem sido especialme­nte elevado. O mau tempo que se prolongou até março e ainda abalou parte do mês de junho teve um papel neste agravament­o, mas sem dúvida que o fator que mais contribuiu foram as sucessivas greves de controlado­res aéreos em França e Itália, que criaram uma desgraça aérea”, disse, assumindo que os passageiro­s reportaram mais atrasos do que é habitual. “As greves e o mau tempo são considerad­os fatores extraordin­ários, as companhias devem assumir responsabi­lidades para garantir que os clientes têm atenção e são compensado­s por eventuais perdas”. A.M.P.

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