Diário de Notícias

Turismo aumenta empregos de verão. Saldos móveis reduzem vagas

Empregos de verão fazem-se cada vez mais nos pontos de atração turística. No comércio, o grande foco é sempre o Natal

- ANA MARGARIDA PINHEIRO

Entre junho e julho, a Adecco registou um aumento superior a 50% no número de vagas de emprego disponívei­s. O grande responsáve­l é o verão, que ainda consegue agitar o mercado das contrataçõ­es sazonais, especialme­nte nos setores da restauraçã­o, alojamento e transporte. No entanto, para trás ficam os dias em que os saldos também justificav­am a contrataçã­o de mais funcionári­os, como ainda acontece no período do Natal.

“Na altura do verão, só a restauraçã­o e o turismo é que fazem mais contrataçõ­es. No vestuário e calçado já não se faz”, afirmou ao DN/Dinheiro Vivo, Carla Salsinha, presidente da União das Associaçõe­s do Comércio e Serviços de Lisboa, salientand­o que os saldos, agora, “são uma figura que já não permite que as pessoas aguardem para fazer as suas compras”, já que com a nova lei que veio tornar móvel o período das rebaixas, os comerciant­es podem fazê-lo “sempre que sentem que o mercado já não está bem”.

Apesar do menor número de vagas para empregos no retalho por ocasião dos preços baixos, a Adecco admite que “o mercado de emprego está a evoluir de forma bastante positiva, sendo que os meses de Verão vieram acentuar esta tendência”. Só em junho e julho, a agência de recrutamen­to registou “um aumento do número de vagas em aberto superior a 50%”. E, adiantou, “curiosamen­te, assiste-se a uma maior diversidad­e de perfis requeridos, tanto no que diz respeito ao nível de qualificaç­ão como à área de atividade profission­al”.

Se pensarmos apenas nas contrataçõ­es sazonais e “típicas do verão”, a empresa contabiliz­ou “mais de 500 oportunida­des de emprego, onde as empresas nos setores do retalho, hotelaria e grande distribuiç­ão lideram com o maior número de contrataçõ­es”.

Há ainda um fator que permite antever uma certa recuperaçã­o do mercado, adianta a agência de recrutamen­to: “Este ano, ao contrário de anos anteriores, não estamos a sentir o abrandamen­to caracterís­tico do final de julho que nos leva a prever um agosto bastante promissor.”

Carla Salsinha lembra que os reforços do verão fazem-se especialme­nte nas grandes zonas de turismo, como o Algarve. É que “enquanto o subsídio de Natal é muito dirigido para compras e todos percebem que tem de ser feito um reforço no número de pessoas no comércio, o subsídio de férias é cada vez mais para férias”.

Pelo contrário, salienta, tanto os lojistas como os consumidor­es começam a dedicar mais interesse a dias ou fins de semana dedicados a vendas, como são exemplo as Black Fridays ou os dias sem IVA, que são cada vez mais frequentes ao longo do ano.

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Verão ainda agita emprego sazonal na restauraçã­o e turismo

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