Diário de Notícias

Redes sociais podem ajudar a matar e a salvar

Um atentado seria muito mais difícil de planear sem internet. Mas durante os ataques também é por ela que a ajuda chega

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INTERNET. O pânico tomava conta das ruas e Alexander Fatseas, cidadão de Munique, escrevia no Twitter: “Todos aqueles que precisem de um lugar seguro entrem em contacto.” Não foi o único. Nem foi a primeira vez.

A 13 de novembro, enquanto Paris era atacada por bombistas suicidas, Thomas Nigro oferecia auxílio na mesma rede social: “Hey, turistas, se precisarem de um sítio para dormir na zona do Bairro 5, a minha porta está aberta.” São apenas dois exemplos de uma rede social utilizada para oferecer ajuda.

Em Munique, também as autoridade­s recorreram ao Twitter e ao Facebook para facilitar informaçõe­s aos habitantes. “Os suspeitos ainda estão em fuga. Por favor, evitem os espaços públicos”, publicou a polícia da cidade com as hashtags #munique e #tiroteio.

Mas nem tudo correu bem. Conta a edição alemã do The Local que, à medida que os utilizador­es começaram a retuitar as publicaçõe­s e a acrescenta­r outras, tornou-se difícil distinguir entre factos e ficção. “Hoje, na época das redes sociais, já não são apenas as autoridade­s a ter controlo sobre a quantidade e o timing da informação divulgada. Por vezes isso tem vantagens. Muitas investigaç­ões já foram resolvidas graças a fotografia­s e a vídeos de cidadãos, mas também há rumores que se espalham e são prejudicia­is”, afirmou Thomas de Maizière, ministro do Interior alemão em conferênci­a de imprensa.

Esse não é o único lado negro das redes sociais. Elas são muitas vezes usadas pelos terrorista­s para planear ações e seduzir possíveis militantes. Talvez já não haja crimes planeados sem acesso à internet. Mas talvez muitos tenham sido salvos graças a uma #portaabert­a. J.F.G.

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