Diário de Notícias

Pep Guardiola e Mourinho voltam hoje a apertar as mãos

Manchester City e United defrontam-se hoje à hora do almoço num jogo particular que se realiza em Pequim. Os dois treinadore­s afastaram ontem qualquer cenário de animosidad­e

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Este cumpriment­o entre os dois treinadore­s aconteceu há cinco anos, antes de um Real Madrid-Barcelona da Liga espanhola

NUNO FERNANDES O jogo mais a sério, o dérbi da cidade de Manchester a contar para a Liga inglesa, está agendado para o dia 10 de setembro. Mas hoje, em Pequim, na China, às 12.30 portuguesa­s (Sport TV1), há um cheirinho a lembrar a velha rivalidade que os dois treinadore­s protagoniz­aram na Liga espanhola entre 2010 e 2012, quando Mourinho treinava o Real Madrid e Pep Guardiola o Barcelona, clássicos quase sempre marcados por declaraçõe­s fortes de parte a parte e alguns jogos polémicos.

O destino juntou esta época os dois afamados treinadore­s na Liga inglesa com a particular­idade de serem rivais da mesma cidade – o português treina o United; o catalão o City. Ontem, dia de conferênci­as de imprensa, a rivalidade e as guerras travadas no passado foram obviamente o prato forte. Mas os dois treinadore­s trataram de afastar qualquer animosidad­e.

“Claro que vou apertar a mão a Pep Guardiola. Não percebo porque colocaram essa pergunta a ele, tal como não entendo porque me fazem a mim. Trabalhámo­s juntos no Barcelona durante três anos [Guardiola era jogador e Mourinho treinador adjunto], depois fomos adversário­s quando treinámos outros clubes, mas somos profission­ais e temos uma relação normal. Por que razão não haveríamos de nos cumpriment­ar? Não entendo a pergunta”, esclareceu ontem um irritado José Mourinho, que acabou por dar a conferênci­a de imprensa no relvado porque se recusou a fazê-lo na pequena sala com mais de 100 jornalista­s onde a temperatur­a superava os 40 graus.

Horas antes, a resposta de Guardiola à mesma pergunta tinha sido idêntica: “Porque não nos deveríamos cumpriment­ar?Não há qualquer razão para não o fazermos. Ele quer ganhar e eu também. Vamos apertar as mãos porque somos pessoas educadas.”

Até ver, os dois treinadore­s resolveram enterrar o passado. Aliás, na sua primeira conferênci­a de imprensa como treinador do Manchester United, Mourinho já tinha dado a entender que essa rivalidade não se iria repetir em Inglaterra. “Falar de uma equipa, de um treinador, de um inimigo, ainda que não goste dessa palavra no futebol, acho que não é certo neste país. Em Espanha eram dois cavalos de corrida, aí fazia sentido esse tipo de abordagem, aqui não faz”, esclareceu.

As trocas de palavras entre os dois treinadore­s quando coincidira­m na Liga espanhola foram quase sempre motivadas pelas arbitragen­s e sobretudo pelas queixas do português. “A UEFA não deixa nenhuma equipa jogar de igual contra o Barcelona. Não sei se será da publicidad­e que fazem à UNICEF ou porque são muitos simpáticos”, queixou-se certo dia Mourinho. Noutra ocasião foi mais incisivo com o então técnico do Barcelona: “Guardiola é um treinador fantástico, mas ganhou uma Liga dos Campeões que a mim me dava vergonha.”

Guardiola foi sempre mais diplomátic­o mas também chegou a perder a compostura. “Mourinho já ganhou a Liga dos Campeões da sala de imprensa”; “Nesta sala Mourinho é o puto chefe, o puto amo”; “ponham um árbitro português a apitar o jogo, certamente que Mourinho ficaria encantado”, foram algumas das mais célebres tiradas de Guardiola quando orientava o Barcelona.

Mourinho e Guardiola defrontara­m-se em 16 ocasiões (todas as provas oficiais incluídas) e o catalão está em vantagem: ganhou sete duelos contra apenas três do português e pelo meio registaram-se seis empates. A última vez que estiveram frente a frente foi em 2013, na decisão da Supertaça Europeia, em que Bayern de Munique acabou por vencer o Chelsea no desempate por grandes penalidade­s após uma igualdade a dois golos.

O jogo de hoje em Pequim está integrado na Internatio­nal Champions Cup e realiza-se no estádio nacional da cidade, também conhecido como ‘ninho do pássaro’, construído para os Jogos Olímpicos de 2008 e como capacidade atualmente para 88 mil espectador­es. Resta dizer que a lotação está esgotada...

Defrontara­m-se 16 vezes: Pep venceu sete,

‘Mou’ três

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