“Decisão do COI é justa e não castiga os atletas limpos”
Como analisa a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de não banir a Rússia dos Jogos Olímpicos, mantendo-se apenas a suspensão do atletismo? Foi uma decisão que me pareceu a mais razoável possível, na linha do que o COI já tinha tomado nos casos anteriores, ou seja, de respeitar as decisões das Federações Internacionais. Recordo que a Federação Internacional de Atletismo decidiu suspender a Rússia e a Federação Internacional de Canoagem fez o mesmo com a Roménia e com o Cazaquistão. Mas as outras federações internacionais não tiveram o mesmo entendimento relativamente aos atletas russos, o que foi respeitado pelo COI. Acha que foi feita justiça? Sim, foi uma decisão justa e sensata, que não castiga os atletas que se apresentam limpos. Se a penalização fosse global, esses atletas seriam injustamente afastados dos Jogos Olímpicos. No entanto, a Agência Mundial Antidopagem tinha concluído que o esquema de doping era transversal a todo o desporto russo e não apenas ao atletismo… Sim, com o envolvimento do Estado e dos Serviços Secretos russos. De facto, a decisão do COI era muito difícil mas compreendo que tenha sido esta, colocando a responsabilidade no que é decidido pelas federações internacionais. Isto protege essencialmente os atletas limpos… Mas atenção que o COI coloca condições que a Rússia terá de cumprir de forma escrupulosa. Teme que este caso manche os Jogos Olímpicos? Ficarão sempre inevitavelmente manchados quando fica provado que alguns resultados foram obtidos por atletas dopados. E quanto mais limpos, mais fortes são os Jogos Olímpicos… Tudo o que for feito para diminuir a batota é bemvindo. E falo em redução porque será impossível eliminar este flagelo por completo.