Diário de Notícias

“Decisão do COI é justa e não castiga os atletas limpos”

- JOSÉ MANUEL CONSTANTIN­O Presidente do Comité Olímpico de Portugal

Como analisa a decisão do Comité Olímpico Internacio­nal (COI) de não banir a Rússia dos Jogos Olímpicos, mantendo-se apenas a suspensão do atletismo? Foi uma decisão que me pareceu a mais razoável possível, na linha do que o COI já tinha tomado nos casos anteriores, ou seja, de respeitar as decisões das Federações Internacio­nais. Recordo que a Federação Internacio­nal de Atletismo decidiu suspender a Rússia e a Federação Internacio­nal de Canoagem fez o mesmo com a Roménia e com o Cazaquistã­o. Mas as outras federações internacio­nais não tiveram o mesmo entendimen­to relativame­nte aos atletas russos, o que foi respeitado pelo COI. Acha que foi feita justiça? Sim, foi uma decisão justa e sensata, que não castiga os atletas que se apresentam limpos. Se a penalizaçã­o fosse global, esses atletas seriam injustamen­te afastados dos Jogos Olímpicos. No entanto, a Agência Mundial Antidopage­m tinha concluído que o esquema de doping era transversa­l a todo o desporto russo e não apenas ao atletismo… Sim, com o envolvimen­to do Estado e dos Serviços Secretos russos. De facto, a decisão do COI era muito difícil mas compreendo que tenha sido esta, colocando a responsabi­lidade no que é decidido pelas federações internacio­nais. Isto protege essencialm­ente os atletas limpos… Mas atenção que o COI coloca condições que a Rússia terá de cumprir de forma escrupulos­a. Teme que este caso manche os Jogos Olímpicos? Ficarão sempre inevitavel­mente manchados quando fica provado que alguns resultados foram obtidos por atletas dopados. E quanto mais limpos, mais fortes são os Jogos Olímpicos… Tudo o que for feito para diminuir a batota é bemvindo. E falo em redução porque será impossível eliminar este flagelo por completo.

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