Portugal, primeira seleção apurada para os quartos-de-final de futebol
Aos 31 segundos Portugal já perdia com as Honduras, mas o médio da Udinese conduziu a reviravolta e a equipa das quinas tornou-se a primeira seleção a garantir os quartos
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A seleção nacional de sub-23 tornou-se ontem a primeira seleção a qualificar-se para os quartos-de-final no torneio olímpico de futebol, ao bater as Honduras no Engenhão, por 2-1 (golos de Tobias Figueiredo e Gonçalo Paciência), e beneficiando, mais tarde, da vitória da Argentina sobre a Argélia (2-1). Desta forma está assegurado, desde já, para a Missão Portuguesa o primeiro diploma olímpico no Rio 2016, que é entregue aos primeiros oito classificados de cada competição. Portugal vai agora defrontar uma equipa do grupo C, onde constam as seleções do México, Alemanha e Coreia do Sul.
Ao contrário do jogo anterior, ontem a seleção nacional entrou mal na partida. Aliás, pior era impossível, pois aos 31 segundos (!) sofreu um golo, com Ricardo Esgaio (de novo adaptado à faixa esquerda, numa repetição do onze que alinhou frente à Argentina) a ficar mal no lance, já que permitiu que Alberth Elis fugisse nas suas costas para bater Bruno Varela. Mas, a perder, a reação foi muito positiva, com os sub-23 nacionais, que nunca tinham trabalhado juntos até aos Jogos Olímpicos, a darem mais uma prova de grande personalidade, tal como havia acontecido frente à Argentina. A maior capacidade técnica dos portugueses foi essencial nesta fase do encontro para controlar o jogo através da posse de bola, frente a umas Honduras sempre muito agressivas na abordagem dos lances.
A remontada portuguesa foi liderada por Bruno Fernandes. O médio ofensivo da Udinese aparece no torneio olímpico num excelente momento de forma, bem secundado pelos portistas Tomas Podstawski (fortíssimo no meio-campo) e Gonçalo Paciência. Portugal assumiu o jogo e criou várias ocasiões de perigo na primeira parte. Duas delas deram golo: primeiro num cabeceamento do central leonino Tobias Figueiredo (21’), num bom cabeceamento assistido por Sérgio Oliveira; depois por Gonçalo Paciência (36’), muito frio a definir lance na cara de Lopez, beneficiando de um ressalto num adversário após remate de Bruno Fernandes.
O domínio português teve continuidade na segunda parte. Aos 55’, Gonçalo Paciência esteve muito perto de fazer o seu terceiro golo no torneio, numa boa jogada de envolvimento na área do adversário, em que André Martins e Salvador Agra também desperdiçaram a oportunidade de marcar. Aos 59’, Rui Jorge trocou o apagado Agra por Carlos Mané e o extremo do Sporting só demorou um minuto para aparecer no jogo, num remate que saiu ligeiramente por cima da trave depois de uma finta perfeita a um adversário. A jogada teve origem, mais uma vez, num passe de Bruno Fernandes, que merecia outra sorte quando, aos 90’, viu Lopez negar-lhe o golo olímpico que já tanto fez por merecer. Apesar de continuar a pecar na finalização, pelo dinamismo que confere à equipa merece ser eleito, pela segunda vez no Rio, o melhor em campo.
Portugal volta a jogar na quarta-feira (17.00), frente à Argélia, desta vez no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Para esta partida, Rui Jorge não vai poder contar com Tobias Figueiredo e Sérgio Oliveira, que ontem viram o segundo amarelo na competição e vão ter de cumprir castigo disciplinar frente à Argélia na última jornada. Rui Jorge quer mais golos... Para Bruno Fernandes, Portugal “entrou a dormir” e sofreu um golo aos 31 segundos de jogo. Mas Rui Jorge não viu as coisas assim. “É normal o que o Bruno disse, porque os jogadores sentem que falharam, mas para mim não entrámos a dormir. Não foi assim que os senti no balneário e também não os senti assim no início do jogo”, disse o selecionador nacional olímpico, no final do jogo com as Honduras.
Para o técnico português, o problema até esteve no ataque: “O nosso erro foi quando ao criarmos mais ocasiões nos desequilibrámos mais defensivamente. Criámos inúmeras ocasiões e é bom criar, mas é muito bom marcá-las. Vamos ter de falar com os jogadores e esperamos que no próximo jogo seja diferente.”
Sérgio Oliveira e Tobias Figueiredo viram cartões amarelos e não podem jogar com a Argélia. “Nesta altura, não sabemos a importância do próximo jogo. Será importante pelo prestígio, mas não sabemos com que necessidade iremos para o jogo (...) Teremos 14 jogadores de campo e, se quiser fazer alterações, sobra um. São as regras, para todas as equipas, mas perante o esforço de jogar de três em três dias acho que tem de ser revisto.”