Diário de Notícias

Campeão Benfica vence Sp. Braga por 3-0 e mantém onda de ganhador

Cervi abriu o caminho mas os homens de Peseiro tiveram perdidas daquelas impossívei­s antes de Jonas e Pizzi marcarem

- MANUEL QUEIROZ

O Benfica conquistou a Supertaça ao bater ontem o Sporting de Braga em Aveiro, por 3-0, um resultado exagerado para aquilo que foi o jogo e que se decidiu com dois golos nos últimos 15 minutos da partida. É o sexto troféu para o Benfica nesta competição e o seu treinador, Rui Vitória, consegue completar os troféus importante­s em Portugal, depois da Taça de Portugal no V. Guimarães e do campeonato na época passada.

Foi uma noite de muito calor no Municipal de Aveiro, rodeado de incêndios, mas isso não impediu um jogo de alto ritmo e de grande emoção até esses minutos finais. Cervi, num golo em iniciativa individual depois de Grimaldo levar a bola pela esquerda, encaminhou o jogo para Jonas fazer o 2-0 num lance aos 75’ que começou num lançamento de linha lateral para Jonas e troca de passes com Pizzi que isolou o brasileiro. Finalmente, o mesmo Pizzi fez o 3-0 nos descontos, num belíssimo chapéu depois de Jiménez ter permitido a defesa de Marafona quando se isolou.

O Benfica entrou melhor e chegou cedo ao golo, aos 10’, enquanto os jogadores do Sporting de Braga procuravam ainda as suas posições em campo. A ideia de José Peseiro foi começar a defender e talvez num 4x5x1, mas saiu tudo mal, os passes longos saíam sempre para os adversário­s e depois dava metade do campo e mais alguns metros para o Benfica preparar o seu jogo. É o que se chama entrar muito mal – muito mal treinado – enquanto o Benfica se lançou por ali abaixo, sabendo que nestas coisas o primeiro golo é muitas vezes decisivo.

Rui Vitória confiou em André Horta para jogar no meio-campo com Fejsa, Pizzi na direita e Cervi na esquerda, com os dois pontas-de-lança lá na frente. Já José Peseiro teve de mudar tudo e passar Rafa para segundo ponta-de-lança ao lado de Stojiljkov­ic, enquanto Tiba ia para a direita e Pedro Santos para a esquerda. Vukcevic andou sempre em dificuldad­e para encontrar a sua posição e Mauro também – teve alguns lapsos importante­s numa posição decisiva como a de trinco, a de sentinela à frente da defesa. Vukcevic só se viu na parte final, antes só defendeu, mas convém sublinhar o bom jogo de André Horta e de Fejsa.

Até ao minuto 20 o Benfica fez o golo, atirou uma bola ao poste – Nélson Semedo, com a bola a desviar no braço de André Pinto (fora da área) e a trair Marafona. Ainda nesse período, Cervi podia ter feito o segundo, mas chutou por alto, desta vez de pé esquerdo. A partir daí foi o Sp. Braga a comandar, a fazer pressão mais alta e Pedro Santos a mostrar-se em slaloms e remates, às vezes sem ver os companheir­os em melhor posição. Ineficácia minhota A segunda parte foi bem diferente e o Braga perdeu oportunida­des de golo claras, com um grande Rafa, a jogar em liberdade e a aparecer na cara do golo, mas falhando clamorosam­ente, nomeadamen­te ao minuto 69, num contra-ataque em que até passou o guarda-redes Júlio César – que foi um dos melhores em campo e teve muito mais trabalho do que Marafona. Peseiro preparou mal a equipa mas mudou bem e a resposta foi de categoria. Mas faltou o golo que a equipa mereceu para empatar. Depois apareceu a dupla Jonas-Pizzi a fazer dois golos tardios e que deram ao resultado um aspeto que é muito enganador – de resto, Rui Vitória já tinha Samaris pronto a entrar para defender quando apareceu o segundo golo. O jogo foi de qualidade, de alta intensidad­e, com também muitos erros – os da defesa do Benfica foram muitos e grandes, só que o ataque voltou a compensar isso.

Foi um jogo com alguma polémica com as decisões da equipa de João Capela – por exemplo, não se percebe como o árbitro de baliza não viu um remate com a mão de Stojiljkov­ic. Pediram-se vários penáltis, numa mão de Tiba (difícil de ver) e num agarrão a Hassan, que existiu mas passou em claro.

Golos de Jonas e de Pizzi deram aspeto enganador ao resultado

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