Diário de Notícias

Incêndios destroem casa e cortam autoestrad­as

Na região de Aveiro, três autoestrad­as, incluindo a A1, estiveram ontem condiciona­das. Em Gondomar, um incêndio causou danos

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As altas temperatur­as e o vento criaram ontem condições para mais um dia de incêndios, em especial no Norte e no Centro do país. Fogos em Albergaria-a-Velha e Estarreja forçaram ao corte das autoestrad­as A1, A29, em áreas no distrito de Aveiro, e A41, em Gondomar. Neste concelho houve danos materiais, com uma casa e outros bens a serem destruídos pelo fogo, e com a população a criticar a falta de meios no terreno para combater o incêndio.

A meio da tarde de ontem estavam no terreno quase três mil bombeiros a combater mais de cem incêndios em todo o país. Foram apoiados por 28 meios aéreos e mais de 700 meios terrestres, revelou a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

A página da internet da ANPC destacou como “importante­s” sete incêndios rurais que estavam a ser combatidos por 803 operaciona­is, 257 meios terrestres e 16 meios aéreos, nos distritos de Aveiro (onde se registaram três ocorrência­s significat­ivas), Viseu, Porto, Viana do Castelo e Bragança. Os distritos de Porto, Braga e Aveiro são os que registaram mais incêndios rurais.

Foi junto ao Porto que um dos fogos mais perigosos foi ontem extinto. O incêndio que lavrava há dois dias na freguesia de Melres e Meda, concelho de Gondomar, foi dado como “dominado”, pelas 15.32 de ontem, avançou Carlos Alves, do Comando Distrital de Operação de Socorros do Porto,

Após ter sido dado como controlado na noite de sábado, já depois de ter destruído uma habitação e outros bens materiais, o fogo reacendeu-se e ontem de manhã lançou o pânico na zona. “Tive medo. As chamas rondaram a minha casa, estavam a 20 metros de distância. As minhas filhas de 14 e 16 anos choraram e tiveram de fugir das chamas”, contou à Lusa José Lourenço, 40 anos, assumindo que quando viu as labaredas consumirem as duas viaturas de familiares sentiu um aperto na alma.

Fátima Santos, de 63 anos, disse estar sem dormir há duas noites, mas assegura que mantém as forças para ir ajudando os bombeiros. “Há duas noites que ninguém dorme aqui para estarmos sempre atentos e a ajudar os heróis”, contou a moradora do sítio de Moreira, enquanto refrescava as paredes de casa e o jardim de casa. Os moradores comentavam entre eles que o fogo teve mão criminosa e que surgiu depois de se ter visto uma motorizada, tendo logo de seguida aparecido chamas, na sexta-feira à tarde.

Também em Arouca houve problemas. Três palheiros arderam na aldeia da Castanheir­a num incêndio que obrigou a evacuar a localidade com cerca de 11 moradores, disse o presidente da Câmara de Arouca, José Artur Neves.

Em Travanca de Bodiosa, Viseu, um fogo chegou a rondar casas, mas acabou por ser dominado ao fim do dia, indicou à Lusa o comandante operaciona­l distrital. Lúcio Campos disse que as chamas, que queimaram mato e pinheiros, chegaram, a meio da tarde, a ameaçar duas a três habitações.

As temperatur­as altas, com as máximas a atingirem os 41 graus na zona de Gondomar, onde se verificou um dos incêndios mais graves, e temperatur­as idênticas nas regiões de Aveiro, Viseu ou Bragança, associadas ao vento, não facilitara­m a vida aos bombeiros. Segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera para hoje, as condições meteorológ­icas vão manter-se idênticas, com temperatur­as máximas previstas acima dos 35 graus na maioria das regiões do país.

Temperatur­as hoje devem manter-se acima dos 35 graus em todo o país

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Automobili­stas tiveram de fazer inversão de marcha na A1, que esteve horas cortada ao trânsito

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