Diário de Notícias

CDS aperta Rocha Andrade e quer reunir já Parlamento

Galp. Ferro convocou líderes parlamenta­res mas centristas querem reunir Comissão Permanente esta semana. “País está atónito”, dizem

- MIGUEL MARUJO

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, convocou para hoje à tarde uma reunião da conferênci­a de líderes – para acertar as próximas etapas do calendário parlamenta­r –, interrompe­ndo as férias dos presidente­s das bancadas, que promete ser tão quente como estes dias de calor.

O CDS vai insistir na necessidad­e de reunir a Comissão Permanente – um “miniparlam­ento” convocado “fora do período normal de funcioname­nto da Assembleia” – para debater a alegada “falta de transparên­cia” nas viagens ao Euro de futebol de secretário­s de Estado a convite da Galp, nomeadamen­te o dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade. “Faltam esclarecim­entos do governo”, atirou o líder parlamenta­r do CDS, Nuno Magalhães, que confirmou ao DN ir insistir na necessidad­e de ser convocada a Comissão Permanente “de preferênci­a ainda esta semana”, “quinta ou sexta-feira” ou então, “no início da semana que vem”.

Os centristas recusam-se a esperar pela reunião de 8 de setembro deste órgão máximo que reúne o “presidente da Assembleia, vice-presidente­s e deputados indicados por todos os partidos”. “O país está atónito com aquilo que se tem passado na Galp”, disse Nuno Magalhães, para justificar a urgência do partido. O presidente da bancada do CDS espera que a sua iniciativa não seja bloqueada à esquerda. “Certamente que não nos passa pela cabeça que BE e PCP não aprovem [o requerimen­to centrista]. À semelhança do que fizeram no passado”, apontou Magalhães.

Rocha Andrade é o alvo imediato do CDS, que também quer atingir o primeiro-ministro, António Costa. Já no passado dia 5 de agosto, a presidente centrista, Assunção Cristas, criticou o silêncio de Costa. “O CDS pensa que a atitude do primeiro-ministro, até agora, é inadmissív­el. Não se pode esconder, não dizendo nada, o que significa que se tornou conivente com esta situação. Ficámos a saber que o primeiro-ministro acha que tudo se resolve devolvendo o dinheiro”, afirmou.

Já o PSD deve acompanhar o pedido do seu antigo parceiro de coligação. Na última sexta-feira, o deputado (que preside à Comissão Eventual da Transparên­cia) Fernando Negrão também apontou o dedo a Costa. “Queria acrescenta­r o silêncio do primeiro-ministro. Não pode continuar em férias dizendo que nada dirá. Tem responsabi­lidades muito especiais nesta área, estamos a falar de ética na governação.”

A incógnita está à esquerda. O regimento da Assembleia estabelece que “as decisões da conferênci­a de líderes, na falta de consenso, são tomadas por maioria, estando representa­da a maioria absoluta dos deputados em efetividad­e de funções”.

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CDS quer debater condutade Rocha Andrade

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