Vila Galé esquece crise no Brasil e investe mais 32 milhões
HOTELARIA Grupo português está a licenciar novo resort de Touros, enquanto renova cinco das sete unidades que tem no Brasil
O grupo Vila Galé está a investir em força no Brasil, apesar de o país viver a pior recessão desde 1901. Para já estão previstos projetos de 32 milhões de euros, incluindo um novo resort e projetos de expansão das unidades já existentes. “Com a desvalorização do real, os brasileiros têm viajado menos para o estrangeiro e optado por fazer mais turismo interno. O que acabou por beneficiar o Vila Galé, em particular os resorts”, garante Gonçalo Rebelo de Almeida, CEO do grupo hoteleiro português, em declarações ao DN/Dinheiro Vivo.
Nada menos de 90% da ocupação dos hotéis do grupo português do outro lado do oceano é garantida por brasileiros. Houve um “ligeiro abrandamento do turismo de negócios interno nas cidades como Salvador, Rio e Fortaleza, mas o turismo de lazer nos resorts continua a funcionar bem”. E é nesse segmento que se tem investido ao longo dos últimos meses.
“Não deixámos de investir no Brasil. Temos um novo resort, na praia de Touros (Rio Grande do Norte, perto de Natal), em fase de licenciamento. Esta será a oitava unidade do grupo e reforça a nossa posição de principal rede de resorts no Brasil”, refere o gestor, assumindo que o novo resort “representa um investimento de 28 milhões de euros”.
A nova unidade premium terá 500 quartos, três restaurantes, um spa e um clube para crianças. Conta ainda com um centro de convenções para atrair grupos de homens de negócios, e ainda um centro náutico, campo de futebol, court de ténis e três piscinas.
Enquanto o oitavo empreendimento hoteleiro do grupo português não arranca – a inauguração só está prevista para 2018 –, o grupo deu ainda seguimento a um investimento de “15 milhões de reais [quatro milhões de euros] para ampliar e modernizar” outros cinco negócios no Brasil.
Na praia de Guarajuba, na Bahia, o Vila Galé Marés vai contar com 40 novos quartos, 20 suites e um sunset lounge. Além disso, o restaurante integrado no hotel foi totalmente renovado. O Vila Galé Salvador será o próximo a entrar em obras, para passar a receber um restaurante Inevitável, imagem de marca do grupo. Em Fortaleza, a aposta também será feita na zona de bar e restauração, desta vez, junto à piscina e praia, tal como no Vila Galé Cumbuco e no Vila Galé Eco Resort do Cabo, onde serão feitas melhorias nas piscinas para as crianças.
Isto, numa altura em que “está também praticamente concluído o VG Sun, um condomínio de apartamentos ao lado do Vila Galé Cumbuco, que beneficiará dos serviços do hotel”, acrescentou Gonçalo Rebelo de Almeida.
“Atualmente, o mercado brasileiro representa 40% das vendas totais do grupo e assegura a maioria da ocupação nos hotéis da Vila Galé no Brasil.” É também responsável pela maioria da ocupação e das receitas.
Em Portugal, a quebra no turismo brasileiro está a abrandar, mas “não assusta”. É que “dos 20 hotéis que temos no país só três ou quatro recebem clientes brasileiros: Lisboa, Porto, Coimbra e Évora. No Algarve, o mercado brasileiro tem pouca expressão”. ANA MARGARIDA PINHEIRO