Diário de Notícias

José Carvalho. De repescado à final do slalom, com estágio na loja de ferragens

Portuguese­s. Canoísta ficou em 9.º no regresso de Portugal à disciplina de slalom nuns Jogos. Natural de Amarante, treina no estrangeir­o, recebe uma bolsa de 900 euros e soube que ia ao Rio 2016 menos de um mês antes de começar

- ISAURA ALMEIDA

José Carvalho terminou em nono na final de canoagem slalom (falhou o diploma olímpico por um lugar), no Rio 2016, com o tempo de 105.74 segundos. A medalha de ouro foi para o francês Denis Gargaud Chanout, com 94.17, um tempo que bateu o do eslovaco Matej Benus, com 95.02. A medalha de bronze foi para o japonês Takuya Haneda com 97.44 segundos.

O canoísta português sofreu duas penalizaçõ­es (quatro segundos) na descida e assim fez um tempo bem pior do que aquele que o tinha qualificad­o para a final (101.04). Apesar de ter falhado as medalhas, o português, 38.º do mundo e o que tinha pior ranking entre os finalistas, conseguiu o objetivo a que se propôs na sua estreia olímpica.

“O meu objetivo era fazer o melhor, era entrar na final. Depois, tudo o que viesse já era bom. Cheguei ao nono lugar, arrisquei um bocado na final. Para conseguir alguma coisa tinha de arriscar. Tive alguns erros e não consegui chegar a um posto melhor, mas isto já foi muito bom para a canoagem e o slalom português”, confessou, orgulhoso, depois da final.

José Carvalho já tinha ficado à porta de Londres 2012 por uma vaga e falhado o apuramento no Mundial de 2015 por apenas 0,03 segundos. E para ir ao Rio 2016 teve de esperar dez meses para ver a Federação Internacio­nal de Canoagem repescá-lo para ocupar a última vaga em C1 slalom.

Recebeu a notícia a 12 de julho, dia em que teve de intensific­ar o treino e deixar de lado a faceta de empresário (tem uma empresa de ferragens em Amarante). “Imagine se tivesse uma pista assim, nem digo deste calibre, mas mediana, para treinar. Não tinha de me ausentar do país durante três anos para treinar”, lamentou Carvalho, admitindo que “custa sempre um bocado não ter as condições necessária­s para treinar no próprio país”.

Apesar disso, recusou “sentir ansiedade” na estreia olímpica, e preferiu “sentir um alegria imensa” por levar a canoagem slalom aos Jogos Olímpicos depois de 16 anos de ausência – a última representa­nte foi Florence Fernandes em Sydney 2000.

Ao ser repescado ajudou também Portugal e bater o recorde de participan­tes na canoagem, com oito atletas, mais um do que em Barcelona1­992. E conseguiu a primeira final para a variante slalom.

Por isso, não tem motivos para estar triste e só quer começar a pensar em Tóquio 2020, mesmo que dependa de apoios e de uma bolsa de menos de mil euros: “Se dá para um português viver com um ordenado mínimo, eu consigo viver muito bem com 900 euros. (...) Não estou aqui pelo dinheiro, estou aqui para conseguir algo pela canoagem, pelo slalom. O dinheiro não é o que me move.” Gastão Elias honrado e eliminado Horas depois de jogar ao lado de João Sousa, e ser eliminado na segunda fase de pares, Gastão Elias (60.º ATP) entrou no court cansado, frente a um Steve Johnson (22.º) muito forte, e o cansaço fez--se sentir no jogo com o americano, que levou a melhor, por 6-3 e 6-4.

O jogador de 25 anos, da Lourinhã, tornou-se no primeiro tenista português a vencer um encontro nos Jogos Olímpicos, mas não passou da segunda ronda.

Apesar disso, o tenista mostrou-se satisfeito com o que conseguiu fazer no Rio de Janeiro. “Levo a primeira vitória de um português nos Jogos Olímpicos no ténis – o João (Sousa) também a tem, mas eu ganhei primeiro [risos]”, disse, à Lusa, antes de lembrar “o mais importante” do evento olímpico: “É um torneio que se joga pelo país, e isso, para mim, vale tudo. Não se joga pelos pontos, nem pelo prize money. Basicament­e é um torneio que se joga, pura e simplesmen­te, por amor à camisola e às cores do país.”

Ainda ontem, os três velejadore­s portuguese­s cumpriram mais um dia de regatas. Em RS:X, João Rodrigues alcançou o 15.º lugar, a 2:47 do vencedor. Em Laser Radial, a velejadora Sara Carmo conquistou a 22.ª posição, a 1:44 da vencedora, e em Laser Gustavo Lima conquistou o 20.º lugar, a 2:29 do vencedor.

No ténis de mesa, Marcos Freitas começou esta madrugada a disputar o acesso às meias-finais, já depois do fecho desta edição.

Se há quem viva com o salário mínimo, eu consigo viver muito bem com 900 euros”

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O canoísta português fez história na canoagem nacional ao apurar-se para a final da disciplina de slalom, 16 anos depois da última participaç­ão portuguesa nos Jogos Olímpicos

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