Ministra apela à serenidade dos agentes políticos
FLORESTA Comunistas defendem nova política florestal, com reforço de meios humanos e materiais que utilize verbas afetas à banca
A ministra da Administração Interna apelou ontem à serenidade dos agentes políticos em matéria de prevenção e combate aos incêndios.
“Estamos num momento de luta e, para lutarmos com eficácia, temos de manter alguma serenidade. A nossa primeira prioridade é, neste momento, combater estes incêndios e deixar os operacionais no terreno fazerem aquilo que sabem fazer”, disse Constança Urbano de Sousa, à margem de uma visita ao posto de comando do incêndio que lavrava em Anadia, Aveiro.
O foco “tem de ser o combate a estes incêndios”, insistiu a governante, alvo de críticas por não ter intervido politicamente mais cedo.
Na Madeira, onde o primeiro-ministro, António Costa, chega hoje e que a líder do BE, Catarina Martins, visita amanhã, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes, manifestou a “plena disponibilidade” do Parlamento regional para dar toda a colaboração útil e necessária às autoridades competentes, particularmente ao nível de soluções legislativas consideradas oportunas para fazer face à tragédia que tem assolado o Funchal.
Com o silêncio do PSD e do CDS, o PCP propôs ontem, no Porto, uma nova política de ordenamento florestal, que contrarie a “hegemonia do eucalipto” e, se necessário, use verbas canalizadas para a banca a fim de reforçar os meios humanos e materiais de combate aos fogos.
Dada a “situação de autêntica catástrofe” que se vive na Madeira, o dirigente comunista João Frazão defendeu um “rigoroso cadastro da floresta portuguesa [...] que não tem saído do papel ou das experiências-piloto”. Além disso, frisou, importa “retomar o Corpo de Guardas Florestais” e reforçar as equipas de sapadores florestais que, segundo o plano nacional de defesa da floresta contra incêndios, prevê a existência de 500 (em vez dos atuais 283).
O PSD/Madeira, por sua vez, anunciou o cancelamento do comício da rentrée política marcado para dia 19 de agosto em Porto Santo: “Não poderíamos também deixar de manifestar a nossa solidariedade para com aqueles que foram mais atingidos por esta calamidade.” MANUEL CARLOS FREIRE