Música para todos os gostos no festival Sol da Caparica
Só com músicos lusófonos, o festival começa hoje e termina domingo, esperando receber mais de 70 mil pessoas. Além da música, há desportos, street art e até cinema
Mão Morta e C4 Pedro, Roda de Choro e The Gift, Valete e Rui Veloso, David Fonseca e Ana Moura – todos têm lugar no palco do Sol da Caparica. O cartaz só tem músicos da lusofonia mas não tem qualquer requisito quanto ao género musical. “O grande critério, para além da lusofonia, é que os artistas que vêm aqui em cada ano nos tragam algo de novo. Que tenham um disco novo ou um novo projeto, para despertar a atenção do público”, explica ao DN António Miguel Guimarães, organizador do evento.
O festival, um projeto da Câmara Municipal de Almada, vai para a sua terceira edição, sempre a crescer. Em 2014, passaram pelo recinto mais de 50 mil pessoas; este ano são esperadas mais de 70 mil pessoas: “Está a aproximar-se da lotação do parque, que anda nos 20 e tal mil. Podíamos ter mais pessoas mas queremos que a experiência seja confortável”, diz António Miguel Guimarães. “Estamos num parque, é um sítio bonito, queremos que as pessoas desfrutem. Criámos uma esplanada gigante, uma zona lounge, com mais de dois mil lugares sentados, para as pessoas descansarem debaixo das árvores, perto das zonas de refeição. É a poucos metros da praia, as pessoas podem sair da praia e entrar no recinto do festival logo depois das quatro da tarde.”
Este ano, o festival Sol da Caparica, que vai decorrer no Parque Urbano da Caparica, contará com 33 artistas (ver programa ao lado). Na abertura, logo às 18.00, um espetáculo das Danças Ocultas com a Orquestra Filarmonia das Beiras, um espetáculo um pouco diferente do que é habitual neste tipo de eventos mas que, segundo o músico Artur Fernandes, “é o ideal para as pessoas que chegam ao recinto mudarem o seu ritmo e entrarem no espírito do festival”. Neste primeiro dia, o palco principal abre com a música dos Deolinda e a programação só termina, já de madrugada, com os ritmos dos DJ Rich & Mendes.
Entre as novidades desta edição, o responsável destaca um palco dedicado à dança, com uma programação composta por grupos de Almada, com estilos tão diversos que vão do bollywood à street dance passando pelo kuduro. “No ano passado, já tínhamos um palco de dança mas era uma coisa informal, não estava na programação. E foi um sucesso. As pessoas aderiram bastante, por isso agora investimos mais neste palco alternativo”, explica. Por ali vão passar 13 grupos com um total de 150 bailarinos.
António Miguel Andrade sublinha ainda que apesar de este ser um festival de música , tem uma forte “aposta em várias formas de arte urbana”, “no skate e também nos desportos de mar”. Haverá aulas e demonstrações de surf e skate, com as DC Street Sessions, e vários momentos de street art – por exemplo, dando sequência a um projeto iniciado anteriormente com a transformação com graffiti de cem contentores do lixo cedidos pela Câmara de Almada. Smile, o graffiter que tem feito alguns dos murais de grande impacto na região de Lisboa (como Bartolo, em Loures) é uma das presenças confirmadas.
O festival dá também atenção a outras formas de cultura, com espaço para exposições, debates e até cinema. Este ano, Rui Miguel Abreu volta com a segunda edição de Debaixo da Língua: discutir o português no contexto da música – um livro que será apresentado aqui e que serve de pretexto para mais uma série de conversas, com artistas como Aline Frazão, Miguel Araújo ou Ala dos Namorados. “Há muito mais a acontecer para além dos concertos”, assegura António Miguel Guimarães.