Célio cai à primeira na festa rija do refugiado Misenga
JUDO Atleta do Benfica caiu diante de um judoca do Benim que recebeu convite da organização. Mas o dia foi de um exilado do Congo Célio Dias apostava forte na sua estreia em Jogos Olímpicos, mas acabou afastado do torneio de judo (-90 kg) logo ao primeiro combate.
Com Telma Monteiro, sua amiga de infância e medalha de bronze no Rio, nas bancadas da Arena Carioca 2, o judoca do Benfica, 21.º do mundo, foi surpreendido por Celtus Dossou, do Benim, que chegou ao Rio através de convite da organização e como 220.º do mundo.
Célio, que até abdicou da sua participação na cerimónia de abertura para não atrapalhar a preparação para o combate, ainda esteve em vantagem por um ponto, mas acabou batido por ippon dentro do tempo regulamentar. “Não acho que tenha acusado ansiedade. O meu adversário é que teve um momento muito bom. A primeira lição que aprendemos no judo é a cair. Hoje caí, mas amanhã vou levantar-me mais forte”, disse o português, penúltimo a entrar em ação na modalidade – hoje é a vez de Jorge Fonseca, atleta do Sporting, em -100 kg.
Já para o refugiado Popole Misenga o dia foi de festa. Natural do Congo e exilado no Brasil desde 2013, aprendeu judo ainda no seu país natal num centro de acolhimento na capital Kinshasa, para onde foi levado aos 9 anos após a morte da mãe, vítima da guerra naquele país africano. Em 2013, aproveitou uma deslocação ao Brasil para uma prova internacional para pedir asilo. Misenga foi tratado como um atleta da casa na Arena Carioca 2, onde teve direito a duas das maiores ovações do dia, quando derrotou o indiano Avtar Singh na 1.ª ronda e quando foi aplaudido de pé após perder para o coreano Donghan Gwak, atual campeão mundial e que viria a ficar com uma das medalhas de bronze (a outra foi para o chinês Xunzhao Cheng). O ouro foi para o japonês Mashu Baker e a prata para Varlam Liparteliano, da Geórgia. P.S.