Do apoio à indústria pesada às inovações tecnológicas
Criação de parques industriais iniciou-se nos anos 1960, seguindo-se os anos 80 dedicados à ciência e á alta tecnologia
De um país com uma economia baseada na agricultura nos anos 1950, Taiwan transformou-se em cerca de meio século num centro de alta tecnologia e líder mundial na produção de circuitos integrados.
Esta transformação resultou de uma série de decisões e programas adotados entre os anos 1970 e 80, cujos principais resultados foram a abertura do primeiro parque de ciência e tecnologia, o de Hsinchu, em 1980, antecedido da criação do Instituto de Investigação de Tecnologia Industrial (IITI), orientado para estimular e tornar mais competitivas as indústrias locais.
O IITI tem atuado nas áreas das tecnologias da informação, optoeletrónica e eletrónica, nanotecnologia e indústria química, na investigação biomédica e nas energias não poluentes. Os resultados do trabalho do IITI são transferidos para o mercado através da criação de novas empresas ou da comercialização por empresas já existentes. Em média, o instituto licencia para uso mil patentes por ano.
Por seu turno, a criação de parques industriais iniciou-se na década de 1960, privilegiando empresas orientadas para a exportação e operando nos setores da indústria pesada, petroquímica e químicos.
Com os anos 80, a aposta passa a ser em setores da alta tecnologia, com a inauguração do parque de Hsinchu, em dezembro de 1980, a que se segue o de Tainan, em 1997, e o CTSP, em 2003. A dispersão destes parques de norte a sul de Taiwan pretende funcionar como motor do desenvolvimento regional, criando empregos e dando condições mais favoráveis para o funcionamento das companhias. O modelo é o da promoção da inovação, ou seja, novos processos de produção, recurso a materiais e técnicas distintos dos tradicionais. Privilegia-se ainda a incubação de talentos e o apoio a indústrias ecológicas, emitindo menos carbono e consumindo menos água.
A transformação da estrutura económica de Taiwan – onde os serviços contribuem mais do que os setores agregados da indústria e agricultura para a formação do produto interno bruto (PIB), e emprega também maior número de pessoas do que estes setores – originou, em anos recentes, um debate sobre a validade do modelo dos parques de ciência e indústria.