Diário de Notícias

Weldon foi o último herói de Belém a fazer cair o Benfica

O avançado brasileiro conta como marcou o golo do último triunfo do Belenenses frente aos encarnados. Silas destaca o talento da melhor equipa do Restelo dos últimos 20 ou 30 anos

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Silas e Weldon em ação perante Luisão no último triunfo dos azuis do Restelo

CARLOS NOGUEIRA Belenenses e Benfica reeditam nesta noite (20.30), no Estádio do Restelo, um dos clássicos que marcam a história do futebol português. Foram 150 jogos a contar para o campeonato, com supremacia dos encarnados acentuada ainda mais nos últimos anos.

É que para encontrarm­os um triunfo dos azuis é preciso recuar ao dia 15 de dezembro de 2007, quando o brasileiro Weldon marcou o único golo da partida. “Foi um golo espetacula­r, em que recebi a bola do Zé Pedro, driblei o Luisão, peguei bem na bola e o remate não deu hipóteses ao Quim, que era o guarda-redes”, conta o avançado de 36 anos, que não esquece aquele que terá sido o primeiro grande momento em Portugal.

O médio Silas era uma espécie de pensador do jogo do Belenenses na altura e recordaWel­don como“uma fera nos jogos, que rendeu muitos pontos à equipa naquela época [2007-08]”, mas não esquece que nos treinos o brasileiro era completame­nte diferente. “Quando chegou, no primeiro treino que fez, nem parecia um jogador de primeira Liga”, começa por dizer, para re- cordar de imediato um episódio engraçado: “Estávamos a treinar e passávamos-lhe a bola e ele não reagia... a bola passava-lhe sempre ao lado. Até que Jorge Jesus, que era o nosso treinador, se virou para o adjunto e disse ‘ó Raúl, este não é o gajo que nós fomos ver ao Brasil’.”

Weldon recorda-se bem desse episódio e admite que “nunca foi de treinar muito”, mas deixa uma certeza: “Nesse dia, tinha acabado de chegar a Lisboa, não tinha dormido, estava cansado e o treino não me correu bem.” Apesar da brincadeir­a de Silas, o avançado brasileiro garante não ter ficado aborrecido com o colega: “Zangado? Nada disso, o Silas é um grande amigo meu!”

O certo é que Weldon acabou por ser importante para aquele Belenenses orientado por Jorge Jesus, mas para isso teve de mudar o seu comportame­nto nos treinos. “Com o mister Jesus tínhamos de treinar como se fosse um jogo, tínhamos de correr, senão ele nos xingava e nos dirigia palavrões”, assume em tom de brincadeir­a, entre gargalhada­s.

Nesta noite, Weldon vai estar em sua casa, no Brasil, em frente à televisão, mas confessa que estará de coração dividido. “Vou torcer para que dê empate, porque tenho muito carinho por esses dois clubes onde joguei e fui muito bem tratado por todos”, sublinhou, admitindo que tem acompanhad­o a carreira das duas equipas à distância. “O Benfica está muito bem, com uma boa equipa, espero que continue a fazer uma boa temporada. Espero também que o Belenenses consiga fazer um bom campeonato”, adianta.

Silas e a “política desastrosa”

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