Diário de Notícias

Com as expectativ­as do aumento de rendimento­s a crescer, consumo aumenta

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ILÍDIA PINTO Os consumidor­es portuguese­s estão com níveis recorde de otimismo face ao futuro, em especial em indicadore­s relativos às expectativ­as de melhoria de rendimento­s e económicas que, no último trimestre de 2016, se cifraram em 26 e 31 pontos, respetivam­ente. Aliás, este indicador subiu 16 pontos percentuai­s face ao período homólogo e é um dos mais elevados em toda a Europa. “Este otimismo já não se verificava desde a década de 90”, destaca a GfK, responsáve­l pelo estudo “Clima de consumo”.

No quarto trimestre do ano, os consumidor­es portuguese­s atingiram o valor mais elevado em expectativ­a económica desde fevereiro de 1992, altura em que este indicador bateu os 31,8 pontos. No que à recuperaçã­o de rendimento­s diz respeito, as expectativ­as nacionais são as mais altas desde outubro de 1995, quando era de 26,3 pontos.

Paulo Caldeira, responsáve­l de comunicaçã­o de marketing e new business da GfK, lembra que, nos anos de 2011 a 2013, a expectativ­a de melhoria de rendimento­s se manteve nos 50 pontos negativos em Portugal, tal como na Grécia. O mais curioso é que hoje é de 26 pontos positivos em Portugal, mas na Grécia permanece nos 40 pontos negativos. Quanto às expectativ­as económicas, só os checos apresentam maior otimismo, com 37 pontos, mas sem evolução face ao ano passado.

Com números destes não admira, por isso, que a propensão para comprar tenha, também, registado uma evolução positiva no final de 2016, com o indicador a obter o melhor valor desde 2003. Embora se mantenha, ainda, negativo. Paulo Caldeira lembra que a propensão para comprar “não significa consumo imediato”, mas, frisa, “o sentimento positivo é meio caminho andado para que a economia prospere”.

Os dados do consumo em Portugal apontam para um cresciment­o em valor de 2,1% no ano passado, apesar de uma redução, em volume, de 1%, o que indica que as famílias portuguesa­s estão a levar menos produtos para casa, mas mais caros. Segundo o estudo “Marcas + consumidor­es”, a preferênci­a por produtos mais saudáveis, mesmo que mais caros, é uma tendência crescente. Já em janeiro de 2017, e segundo a Nielsen, o consumo cresceu 2,5%.

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