Diário de Notícias

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, já abriu o caminho a uma Europa com diferentes níveis de integração

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presidente da Academia Europeia em Berlim – de uma ideia de Europa feita de círculos concêntric­os: haverá aqueles países que querem casar, aqueles que só estão interessad­os em ir para a cama sem mais compromiss­os e aqueles que ficam satisfeito­s com uma simples amizade. “Cada país terá agora de decidir o que quer e reunir aliados para defender a sua posição. Vejo esta mini-cimeira em Versalhes como parte desse debate”, sublinha Stratensch­ulte.

A 25 de março de 1957 o Tratado de Roma foi assinado por seis nações: Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, França e Itália. No próximo diz 25 de março, de novo na capital italiana, será comemorado o sexagésimo aniversári­o do primeiro grande marco da construção europeia. “É o momento de uma Europa, unida a 27, forjar a sua visão para o futuro”, acredita Juncker. Hoje, em Versalhes, os quatro grandes tentam afinar posições para chegarem a Roma a falar em uníssono. O grupo de Visegrado já o fez, ao lançar na quinta-feira passada um contributo conjunto para aquela que virá a ser a declaração de Roma. No seu círculo concêntric­o, Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia querem “uma Europa melhor”, mas sublinham que isso passa pela devolução de poder aos parlamento­s nacionais.

A crise migratória, o brexit, a convalesce­nça da crise do euro, o terrorismo, o cresciment­o dos populismos e o divórcio entre cidadãos europeus e Bruxelas são os grandes desafios que a UE enfrenta. “A boa notícia é que finalmente está aberto o debate sobre o formato da UE no futuro da Europa”, termina Stratensch­ulte. “Help me get my feet back on the ground” (“ajuda-me a voltar a pôr os pés no chão”), cantavam McCartney e Lennon em 1965, talvez a pensar na Europa de 2017.

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