Faltou velocidade para a festa de consagração do presidente
Sócios encheram Alvalade para festejar a reeleição de Bruno de Carvalho, que teve sempre muito apoio, mas faltaram ideias, sobretudo nas alas, à equipa para vencer o V. Guimarães
O Sporting não conseguiu igualar ontem a melhor série da temporada com quatro vitórias, empatando ontem na receção ao V. Guimarães, sendo que já na primeira volta ambas as equipas tinham-se anulado na Cidade-Berço (3-3)
Era o jogo da consagração da reeleição de Bruno de Carvalho, mas o V. Guimarães demonstrou sempre vontade em estragar essa festa. Por respeito, e conscientes das maiores valias do outro lado, os vimaranenses deram sempre a iniciativa de jogo ao Sporting, mas nunca se retraíram.
É verdade que o Sporting entrou em campo determinado a encostar o adversário à sua defesa, jogando de forma muito pressionante, mas no último terço faltavam ideias. Insistiam muito nos lances pelas linhas, sobretudo do lado direito, onde estava Gelson, mas a defesa vimaranense não dava espaços, recuperando muitas bolas. E, mesmo sem o domínio do jogo, foram os forasteiros que durante a primeira meia hora acabaram por ser mais perigosos, sobretudo em contra-ataque, onde Hernâni se revelava uma peça fundamental. Coube-lhe a ele, aliás, o primeiro remate com perigo à baliza, aos 12’, com Rui Patrício a brilhar.
Estava feito o aviso e no banco Jorge Jesus não se cansava de avisar os seus pupilos para a velocidade dos extremos contrários, pedindo mais apoio de Gelson e Bryan Ruiz a Schelotto e Esgaio. A partir da meia hora os leões conseguiram então dominar estes contra-ataques e ao mesmo tempo sair em ataque continuado sem dar espaços atrás. Num desses saiu uma obra-prima, aos 35’, com Esgaio a encontrar Bas Dost na área e este de cabeça, quando todos pensavam em mais um golo do holandês, a preferir assistir para o golo de Alan Ruiz.
Estava desfeita a muralha defensiva dos vimaranenses e a verdade é que o golo do argentino acabou por perturbar umV. Guimarães que se mostrou de peito cheio nos primeiros 30 minutos. Com o golo o Sporting cresceu mais, pressionava alto e o segundo parecia adivinhar-se mesmo antes do descanso, apesar de Jesus pedir mais velocidade a Gelson e companhia. Acabou por não surgir, mais por demérito do ataque leonino.
Sem alterações ao intervalo, as estratégias não mudaram logo no reatamento. O V. Guimarães estava em desvantagem, mas preferiu não arriscar em demasia com receio de um outro golo leonino deitar por terra as esperanças dos minhotos. Deram novamente a bola aos leões, mas ao fecharem-se muito bem atrás também iam colocando os nervos do leão cada vez mais em franja, sobretudo porque faltavam ideias para furar a defesa. Era lento o ataque e bastante dura a defesa do V. Guimarães. Jesus tentou mudar o ritmo da sua equipa com a entrada de Campbell à hora de jogo, mas se o da Costa Rica ainda tentou abanar a partida, com dois pares de boas ocasiões para marcar, os seus colegas de ataque não correspondiam, com Gelson e Bryan Ruiz muito apagados, algo que Bas Dost, embora trabalhador, sentiu em demasia.
Já sem nada a perder, e aproveitando o tal nervosismo leonino no ataque, Pedro Martins mudou a estratégia e apostou na velocidade de Raphinha e Rafael Martins para tentar mudar a história do jogo. Nos últimos 15 minutos os vimaranenses colocaram então enorme pressão na defesa do Sporting, apostando nas subidas rápidas pelas alas, e num bom ataque organizado chegaram ao golo, com Bruno Gaspar, aos 76’, a aproveitar um ressalto na grande área para assistir Marega para o empate.
A estratégia de Pedro Martins resultava em cheio. Não quiseram responder após o intervalo, para tentar aproveitar o desgaste e o nervosismo leonino na etapa final. Jorge Jesus ainda tentou ir atrás do prejuízo com a entrada de Castaignos, nos últimos dez minutos, mas aí novamente a defesa vimaranense demonstrou muita qualidade a fechar os espaços.
“Para ganhar faltou mais qualidade. Prevíamos isto, tínhamos dito que íamos dividir o jogo” JORGE JESUS TREINADOR DO SPORTING
“Não é fácil marcar em Alvalade. Na minha opinião, este empate foi um resultado justo” PEDRO MARTINS TREINADOR DO V. GUIMARÃES