Diário de Notícias

Marcelo promulgou nova versão do estatuto da GNR

DIPLOMA António Costa corrigiu o diploma da sua ministra da Administra­ção Interna. Generalato só para oficiais da Academia Militar

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O Presidente da República promulgou nesta quinta-feira a nova versão do Estatuto dos Militares da GNR, no mesmo dia da sua aprovação em Conselho de Ministros, consideran­do que as alterações introduzid­as pelo governo traduzem as suas preocupaçõ­es. Na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa tinha vetado um primeiro diploma, consideran­do que a norma que permitia a promoção ao posto de brigadeiro-general poderia criar “problemas graves” entre a GNR e as Forças Armadas.

Esta norma permitia que oficiais com qualquer curso superior, definido pelo comandante­geral, pudesse ser proposto para o curso de general. Isto fazia que os oficiais da GNR com curso superior na Academia Militar, que são 80% dos quadros desta força de segurança, pudessem ver as vagas de topo ocupadas por coronéis que fizeram o chamado Curso de Formação de Oficiais no Exército, em dois anos.

Marcelo ouviu várias personalid­ades do meio militar que o alertam para o risco de perturbaçã­o na GNR, ao mais alto nível, se tal medida entrasse em vigor. A associação que representa os oficiais da Academia Militar chegou mesmo a alertar para o “risco de convulsões” na Guarda, mas Constança Urbano de Sousa insistiu na sua ideia, invocando o “princípio de não discrimina­ção” e afirmando que se estava a fazer “uma tempestade num copo de água”. Sai agora desautoriz­ada depois de ter dito que não tinha feito alterações aos critérios em vigor e de ver, no novo texto, os oficiais da Academia Militar a ganhar em toda a linha.

No diploma promulgado, segundo sublinhou a ministra da Presidênci­a, Maria José Leitão Marques, está previsto que “na GNR apenas os coronéis com formação de base obtida na academia militar possam ser promovidos ao posto de brigadeiro-general”. Marcelo justificou a sua anuência “tendo em consideraç­ão que as alterações introduzid­as em Conselho de Ministros traduzem as preocupaçõ­es expressas” na mensagem que tinha enviado ao governo a justificar o seu veto. V.M. com Lusa

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