Diário de Notícias

Noite custa mais 20 euros em Lisboa do que no Porto

Nasceram mais 75 hotéis em 2016. Mas, apesar do aumento da oferta, a taxa de ocupação atingiu 68%, “um valor nunca visto”

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ESTUDO No ano passado, pela primeira vez na história da hotelaria em Portugal, o preço médio por quarto tocou nos 83 euros. Foi um cresciment­o de 8%, num ano em que Portugal registou 19 milhões de hóspedes, mostra um inquérito feito pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

Lisboa é a cidade mais cara do país – 93 euros, um preço médio por noite 20 euros acima dos valores praticados no Porto, onde a subida, no entanto, está a ser mais acelerada. Mas é o Alentejo onde o aumento dos preços é maior: 13%, para um valor médio de 66 euros, graças à abertura de hotéis de cinco estrelas.

A subida dos preços médios, a par de uma ocupação que quebrou o melhor registo do país, que datava já de 2007, ajudou a equilibrar as contas do setor e fez nascer uma onda de novos hotéis. Só no ano passado abriram 75 novos hotéis, mais 6620 quartos, um aumento de 6,4% na oferta. Ao todo, há já 1238 hotéis em Portugal. Apesar da maior oferta, a taxa de ocupação na hotelaria atingiu 68%, “um valor nunca antes obtido”.

“Estamos a otimizar a oferta existente”, salientou Cristina Siza Vieira, presidente executivo da AHP, destacando uma recuperaçã­o do setor para que a oferta e a procura estejam mais ajustadas. “O ano foi positivo em todos os meses do ano”, acrescento­u. Apesar disto, “houve um mês muito interessan­te em vários destinos que foi novembro, e não apenas para Lisboa mas também para o Porto”.

Além disto, “o gasto médio do turista por hotel tem tendência para crescer, assim haja produto para oferecer”, destaca a AHP. Contas feitas, cada turista gastou, em média, 116 euros.

Bons números que deixam os hoteleiros otimistas para 2017. Depois de um Carnaval recheado de turistas, sobretudo estrangeir­os, a Páscoa está a ser encarada com boas perspetiva­s. Os hoteleiros acreditam que o ano será de novos recordes, referindo “as novas rotas aéreas para os EUA e para a China (abre em junho)” como um potencial foco de cresciment­o do turismo.

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