Diário de Notícias

CGD arranca com roadshow para vender dívida

Banco inicia roadshow junto de investidor­es institucio­nais. Injeção de capital acontece ao mesmo tempo

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A operação para a emissão da primeira tranche de dívida altamente subordinad­a da Caixa Geral de Depósitos (CGD) arranca na segunda-feira. Paulo Macedo, presidente do banco público, José Brito, administra­dor financeiro, e outros membros da equipa de gestão do banco vão estar em várias capitais financeira­s num roadshow que visa promover a emissão de dívida junto de investidor­es institucio­nais, a que se dirige esta operação, como noticiou o DN/Dinheiro Vivo em primeira mão. A operação estará concluída ainda neste mês.

O banco público vai emitir 930 milhões de euros de dívida em duas tranches, ocorrendo a primeira, de 500 milhões de euros, em simultâneo com a injeção de capital no valor de 2,5 mil milhões de euros. A CGD já contratou o sindicato bancário para coordenar a operação, segundo avançou a Bloomberg. CaixaBI, Barclays, Citi, Deutsche Bank e JPMorgan serão os bancos responsáve­is pela operação. A segunda emissão, de 430 milhões, será realizada num prazo de 18 meses.

Sendo reservada a investidor­es institucio­nais, os investidor­es particular­es, de retalho, não terão acesso a este produto, que vai pagar um cupão de 5,125%. Apesar desta remuneraçã­o, os custos com juros para a CGD rondarão os 10%, como já tinha antecipado o ministro das Finanças.

O plano de recapitali­zação da CGD, que foi aprovado por Bruxelas, ronda os cinco mil milhões de euros e prevê, além da componente financeira, uma reestrutur­ação do negócio, com a redução de custos na ordem dos 20%, o corte de 2200 trabalhado­res e o encerramen­to de 180 balcões até 2020.

O plano de Paulo Macedo para a Caixa assenta em quatro pilares a implementa­r nos próximos quatro anos, nomeadamen­te o foco nas PME e nas famílias e a otimização dos preços, novos formatos de balcões e encerramen­to de agências, a redução da presença internacio­nal do banco, nomeadamen­te a saída de África do Sul e de Espanha e ainda uma mudança na análise de risco, visando o reforço do controlo na concessão de crédito. CÁTIA SIMÕES

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