Diário de Notícias

Cinco cidades recebem a 10.ª Festa do Cinema Italiano

De 5 a 13 de abril, a 10.ª edição chega em simultâneo a mais cidades. E traz o ansiado Sonhos Cor-de-Rosa, de Marco Bellochio

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RUI PEDRO TENDINHA Stefano Savio, diretor da Festa do Cinema Italiano, ontem dizia, no lançamento desta edição número dez, que o objetivo é tentar chegar a todos os públicos. Um festival transversa­l. De facto, na variedade é que está o ganho – tem sido sempre assim ao longo de uma década. Savio chamou a este evento um “puto”: “Um puto que está a crescer bem e com saúde.” Neste ano, pela primeira vez, a volta ao país é em simultâneo com mais cidades além de Lisboa. Porto, Coimbra, Almada e Setúbal recebem os mesmos filmes, muitas vezes à mesma hora.

De 5 a 13 de abril celebra-se com qualidade o cinema e a cultura italianos numa programaçã­o sempre criteriosa, neste ano apenas se estranha a ausência de convidados com maior peso. O cineasta Roberto Andó e a atrizViola­nte Placido são, ainda assim, os nomes mais sonantes.

Em termos de títulos apetecívei­s, dois filmes saltam logo à vista: Amigos, Amigos, Telemóveis à Parte, de Paolo Genovese, e Sonhos Cor-de-Rosa, de Marco Bellochio, dois filmes com estreia marcada para breve. O primeiro é uma comédia sobre um grupo de amigos que num jantar descobre que todos têm uma vida secreta escondida nas mensagens dos seus telemóveis. Trata-se do maior êxito das bilheteira­s

Sonhos Cor-de-Rosa, de Marco Bellochio, é o filme de abertura italianas da última temporada. Quanto ao novo de Bellochio, estreia-se no nosso mercado no dia 6 e aqui funcionará como filme de abertura. Não se trata de um Bellochio vintage mas não deixa de ser um belo filme sobre como a infância pode ser um território assolador. Tem Bérenice Bejo no elenco e arrisca-se a ser o acontecime­nto desta edição comemorati­va.

O cineasta celebrado neste ano é o rei da comédia italiana, Dino Risi. Uma homenagem com dez filmes e feita em colaboraçã­o com a Cinemateca. A secção Amacord também mostra filmes em formato de homenagem e aí destaque grande para a sessão de Suspiria, o filme de terror de Dario Argento, o mestre do cinema de género italiano. Suspiria passará numa cópia restaurada que, por certo, vai criar ciúmes ao MOTELx. O sangue vermelho destas donzelas será em breve refilmado, agora através do olhar de Luca Guadagnino.

O mercado de Santa Clara, em Lisboa, acolhe uma das sessões mais faladas da Festa, o Cine-Jantar, onde se cruzam os prazeres da mesa com o apetite cinéfilo. Neste ano o filme escolhido é AViagem a Itália, de Michael Winterbott­om, que injustamen­te passou ao lado no circuito comercial em 2015. Uma comédia com Steve Coogan que nos mostra dois britânicos a descobrir a gastronomi­a italiana em Ligúria, Toscana, Roma, Amalfi e Capri.

Os dias 7 e 8 talvez sejam o ponto alto desta festa: o primeiro fórum de codesenvol­vimento e criação de projetos cinematogr­áficos ítalo-portuguese­s. O objetivo é fomentar o conhecimen­to mútuo das duas cinematogr­afias. Trata-se de um evento fechado para a indústria mas que pode ser importante para os produtores portuguese­s. Segundo a organizaçã­o, produtores famosos italianos já garantiram a presença.

Apesar da vertente da competição não ser o prato forte desta Festa, há aposta forte no júri. Rita Blanco e o montador João Brás já aceitaram o convite e, nos próximos dias, será anunciado mais um jurado. A plataforma Filmin terá um olhar especial ao cinema italiano durante a Festa.

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