Trump declarou-se ontem, de forma enfática, adversário do “isolacionismo” e defensor do comércio livre e justo
Merkel e Trump na sala oval da Casa Branca, onde o presidente não chegou a apertar a mão à governante alemã das responsabilidades financeiras na Aliança Atlântica.
A importância da dimensão económica pode avaliar-se não só pelo número de perguntas feitas no encontro com a imprensa como pela composição da delegação alemã, onde constavam os responsáveis da Siemens, BMW e da Schaeffler, um dos mais importantes grupos mundiais na área de componentes para diferentes áreas industriais e, em especial, para automóveis.
Com um défice comercial com a Alemanha, em 2016, na ordem dos 67 mil milhões de dólares (62,3 mil milhões de euros), Trump admitiu que os “negociadores alemães têm feito melhor” do que os americanos, mas que isso tem de mudar. Notou não querer vitórias mas “justiça e um comércio justo” entre os dois países. Na resposta à pergunta de um jornalista alemão sobre a sua conceção do comércio internacional, num dos raros momentos em que a sua voz assumiu um tom de ênfase particular, declarou não ser “um isolacionista, acredito no comércio livre e justo”.
Da questão económica às negociações de tratados comerciais, do tema dos refugiados à partilha das despesas na NATO, ficou claro que, apesar de pontos comuns, há muito a separar a chanceler alemã e o presidente americano, talvez por isso aquela tenha dito, em certo momento, que “as pessoas na Alemanha são diferentes”. A.C.M.