Mesmo que a Rússia e os EUA não se enfrentem, os seus aliados estão no jogo para ganhar e serão mais difíceis de conter
ao poder da Rússia (na Síria e também na Ucrânia) pode estar a chegar ao fim.
E não é só pelos EUA que a Rússia está a ser embaraçada – é também pela Síria. Em 2013, a diplomacia russa impediu ataques dos EUA e da França (a seguir a um outro ataque químico) através da garantia de destruição do programa de armas químicas e biológicas da Síria. Houve uma agência que até ganhou o Prémio Nobel da Paz por causa disso. Então porque é que o regime ainda tem armas químicas na sua posse? Foi a Rússia que falhou em desarmar a Síria de armas de destruição maciça ou foi a Síria que enganou a Rússia quando às suas armas de destruição maciça? Em qualquer dos casos, a Rússia não é tão respeitada pela Síria como se pensa.
Trump causou, certamente, surpresa com a sua resposta, mas enquanto a poeira assenta fica claro que a NATO está com os EUA. A Turquia e Israel aplaudem as medidas tomadas, enquanto os países do Conselho de Cooperação do Golfo são ativamente a favor de mais medidas para dar mais poder aos rebeldes sírios, na esperança de que uma mudança de regime na Síria ponha fim a uma brutal limpeza étnica de muçulmanos sunitas no país e trave o expansionismo iraniano.
Como é que tudo isto acabará é impossível de prever. A Rússia não abandonará o seu aliado e os EUA não mais se encolherão atrás da bandeira de uma contenção estratégica. Mesmo que não se enfrentem um ao outro, parece que os seus aliados estão no jogo para ganhar, e esses, sim, serão mais difíceis de conter. Aquilo que começou como uma guerra civil na Síria evoluiu para uma guerra mundial com muito poucas opções em aberto. Mas num mundo em que a retirada não é possível, só a agressão é recompensada. Cem anos passados sobre a Primeira Guerra Mundial poderíamos achar que já tínhamos aprendido a lição. Não aprendemos.
A chefe da diplomacia sueca, Margot Wallström, visitou o local