Diário de Notícias

Banca, euro e dívida: os três constrangi­mentos do país, diz PCP

Hoje e amanhã, deputados comunistas estão em Coimbra. Na agenda, os setores produtivos, o emprego e a soberania

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MIGUEL MARUJO Quando hoje, pelas 12.00, o secretário-geral comunista abrir em Coimbra mais umas jornadas parlamenta­res do PCP, não se antecipa que Jerónimo de Sousa se desvie um milímetro do discurso do seu partido, apesar de no Parlamento a bancada comunista manter o seu apoio ao governo socialista. Em causa estarão temas que se cruzam sobre “a produção, o emprego, a soberania e a libertação de Portugal da submissão ao euro” e onde o PCP insiste em contrariar o que o PS vai defendendo e fazendo.

Antecipand­o as jornadas, que se realizam hoje e amanhã, o líder parlamenta­r comunista, João Oliveira, sublinhou “a dificuldad­e que o país tem de responder aos seus problemas e assegurar o seu desenvolvi­mento, sem enfrentar” uma trindade de constrangi­mentos: a banca, o

João Oliveira lidera a bancada comunista no Parlamento euro e a dívida. É este cruzamento que trava o desenvolvi­mento de Portugal, como sintetizou João Oliveira: “Aquilo que tem que ver com a dívida e o peso da dívida e as limitações que a dívida impõe sucessivam­ente nos orçamentos do Estado; aquilo que tem que ver com as imposições que decorrem das regras do euro e do quadro da União Económica e Monetária; e os constrangi­mentos que, em setores estratégic­os, continuamo­s a enfrentar por via do controlo desses setores estratégic­os pelo capital monopolist­a”, explicou, “constituem um espartilho, do qual o país, não se libertando, dificilmen­te conseguirá assegurar o seu desenvolvi­mento”.

A novidade no discurso, que já não é novo nesta legislatur­a, é a ausência do governo como alvo imediato de crítica – o PCP prefere pôr o acento tónico nas amarras a que está preso o país, “por via da União Europeia e da zona euro”. “Dificilmen­te conseguire­mos fazer uma política económica diferente se não tivermos os meios que hoje são canalizado­s para o pagamento da dívida, dificilmen­te conseguire­mos responder a problemas económicos concretos se continuarm­os amarrados às imposições” que chegam de Bruxelas, sinalizou o líder parlamenta­r aos jornalista­s.

O que estará ausente destas jornadas, assegurou Oliveira, é a campanha para as eleições autárquica­s. “A batalha autárquica deixamos para cada um dos 308 municípios do país”, afirmou, justifican­do que não é este o espaço para o PCP fazer campanha. Mas amanhã os deputados farão de autocarro o trajeto Lousã-Coimbra a lembrar o fim da linha de comboio e o pesadelo que vivem os cidadãos dos concelhos que deixaram de ter este serviço.

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