Diário de Notícias

Fundo de Resolução beneficiar­á com venda futura

BANCA Fundo de Resolução irá beneficiar com futura alienação da fatia de 25% do Novo Banco, aponta o Ministério das Finanças

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Não sendo perfeita, nem boa, a solução para o Novo Banco foi a possível, que é como quem diz “uma solução equilibrad­a”, na expressão de Mário Centeno, ministro das Finanças, na última semana.

Questionad­o pelo DN/DV sobre a entrega do Novo Banco a um fundo abutre, o Ministério das Finanças apontou que “a decisão do Banco de Portugal (...) é a solução que melhor protege os contribuin­tes, a economia e a estabilida­de financeira, no quadro do processo de resolução do BES iniciado em agosto de 2014”. E justificou a posição com o cumpriment­o das três premissas identifica­das pelo governo para fechar este dossiê.

A primeira destas premissas passava pela “estabilida­de da instituiçã­o”, com o governo a realçar que o negócio assegura “a continuida­de do papel do NB no financiame­nto da economia e a proteção dos seus depositant­es”. Garantir a “estabilida­de do sistema financeiro” era a segunda destas premissas, com a tutela a sublinhar que o acordo garante isso mesmo, já que não exige “quaisquer contribuiç­ões extraordin­árias” aos bancos, abrindo ainda a porta a que o Fundo de Resolução beneficie com “a futura alienação” dos 25% do capital do Novo Banco. A terceira premissa passava pela “ausência de encargos para os contribuin­tes”, com o ministério a sublinhar que o negócio prevê que seja “o Fundo de Resolução – e não o Estado” – a assumir as responsabi­lidades com a garantia cedida ao Lone Star, “sendo este suportado pelas contribuiç­ões dos bancos”.

Este último ponto, tal como a inexistênc­ia de mais contribuiç­ões, tem sido, no entanto, criticado à esquerda, sobretudo pelo Bloco. Mariana Mortágua, aliás, até “traduziu” estes pontos no debate: A renegociaç­ão dos empréstimo­s à banca visou a redução das contribuiç­ões para o valor que pagavam em imposto. Ou seja, “imaginem que pagam um imposto de 200 euros e pedem ao Estado 3900 euros. E, em vez de pagarem o imposto e o empréstimo, o Estado assegura-vos que basta continuare­m a pagar o imposto e que este passa a amortizar a dívida. Foi isto que aconteceu”, sintetizou. F.P.C.

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