Porta-aviões que levou corpo de Bin Laden usado para dissuadir Kim Jong-un
Grupo do dirige-se à península da Coreia. Tillerson diz que China apoia ações dos EUA
PYONGYANG O porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos USS Carl Vinson e o seu grupo de ataque dirigiam-se ontem para a zona ocidental do oceano Pacífico, perto da península da Coreia. A informação foi avançada neste fim de semana por fontes militares norte-americanas.
Estas manobras são apresentadas como uma demonstração de força em relação à Coreia do Norte, numa altura em que crescem as preocupações quanto ao estado do programa nuclear de Pyongyang. No início do mês, a Coreia do Norte testou um míssil Scud que, segundo o Pentágono, se despenhou no mar após voar 60 quilómetros.
O grupo de ataque liderado pelo USS Carl Vinson – o mesmo porta-aviões que, em maio de 2011, transportou o corpo de Osama Bin Laden e de onde foi atirado ao mar – partiu de Singapura no sábado em direção à península da Coreia, de acordo com fontes militares dos EUA. “Sentimos que é necessário um aumento da nossa presença”, disse um oficial à Reuters, citando o comportamento preocupante da Coreia do Norte. Em março, o Carl Vinson já tinha estado na Coreia do Sul para exercícios militares.
Num comunicado divulgado ontem, a Terceira Frota da Marinha dos Estados Unidos disse que o grupo tinha recebido ordens para navegar para norte, sem especificar o destino. O mesmo documento acrescenta, porém, que irão operar no Pacífico Ocidental em vez das planeadas visitas a portos da Austrália.
Este ano, vários oficiais nortecoreanos, incluindo o líder Kim Jong-un, já indicaram que um teste de um míssil balístico intercontinental – que poderá ter um alcance de 5500 km – ou algo semelhante poderá realizar-se até sábado, dia 15, data do 105.º aniversário de Kim Il-sung, o fundador da Coreia do Norte.
No final da semana, Donald Trump encontrou-se em Mar-a-Lago com o seu homólogo chinês, tendo o presidente norte-americano pressionado Xi Jinping a fazer mais para travar o programa nuclear norte-coreano.
De acordo com o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, Trump e Xi acordaram sobre a “urgência da ameaça do programa nuclear da Coreia do Norte” e concordaram em trabalhar em conjunto para resolver esta questão “pacificamente”. “O presidente Xi percebe claramente, e penso que concorda, que a situação se intensificou e chegou a um determinado nível de ameaça em que devem ser tomadas medidas”, disse ontem Tillerson em entrevista à CBS. A.M.