Líderes do Sul da UE acertam posições para negociar o brexit
Terceira cimeira do Sul da Europa junta hoje, em Madrid, líderes de Espanha, Grécia, França, Chipre, Itália, Portugal e Malta
Tsipras, Rajoy, Hollande, Costa, Anastasiades e Gentiloni, em Lisboa, a 28 de janeiro
BELÉN RODRIGO, Madrid O futuro da UE e o brexit serão os temas centrais da terceira cimeira dos países do Sul da Europa, que hoje junta, em Madrid, os líderes de Espanha, França, Chipre, Portugal, Itália, Grécia e Malta.
“Devemos tirar dramatismo e tensão e tentar que o brexit seja um conjunto de acordos globais favoráveis às duas partes”, sugere o professor José Maria Areilza, da Escuela Superior de Administración y Dirección de Empresas (ESADE) da Universidade Ramón Llull, em entrevista ao DN.
“A Europa deve tratar ainda das consequências da crise económica e dos refugiados e da subida dos movimentos populistas. Tudo isto numa conjuntura política dificultada pela chegada ao poder de Donald Trump nos EUA”, diz o titular da cátedra Jean Monnet na ESADE.
Os líderes daqueles sete países já realizaram encontros idênticos a 9 de setembro de 2016 em Atenas e a 28 de janeiro último em Lisboa. Na capital portuguesa concordaram na necessidade de cooperar para alcançar uma UE “forte e unida”, capaz de devolver a esperança aos cidadãos e combater populismos, num momento de instabilidade.
O professor Areilza não considera que exista uma agenda própria dos países do Sul da Europa, “só em temas muito concretos”. E lembra que “é preciso não cair nas divisões e não fomentar políticas de blocos”. Espanha deve, porém, ter “um papel relevante, realizar propostas para a UE porque é o único país grande que não está com muitos problemas, como acontece com Alemanha, França ou Itália. E nessa função é muito importante ter Portugal ao lado”, refere.
Esta terceira reunião dos líderes do Sul da Europa acontece dias depois de a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmar que a ativação do artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que lança formalmente o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, “é irreversível”. José Maria Arielza lembra que o brexit “é um processo não desejado pela maioria dos europeus. Para