Taça Davis. Portugal reescreve um feito histórico com 23 anos
João Sousa selou a eliminatória frente à Ucrânia no primeiro singular do dia para carimbar a presença no play-off de acesso ao Grupo Mundial, algo que só tinha acontecido em 1994
PAULO PAULOS O ténis português escreveu ontem, em Lisboa, uma das páginas mais douradas da sua história na Taça Davis, a competição mundial de ténis por seleções. Portugal garantiu o regresso ao play-off de acesso ao Grupo Mundial, algo que só tinha conseguido por uma vez na história da prova, em 1994. E quem melhor do que João Sousa, o mais bem cotado jogador português de sempre (atual 37.º do Mundo), para assinar esse feito histórico, selando a eliminatória diante da Ucrânia logo no primeiro encontro do dia, com uma vitória autoritária sobre Artem Smirnov (7-6, 7-6 e 6-2).
A seleção ucraniana apresentou-se em Portugal sem os seus tenistas mais sonantes, como Alexander Dolgopolov (70.º) ou Sergiy Stakhovsky (112.º), acabando por se revelar uma presa relativamente fácil para a formação portuguesa. No derradeiro encontro do dia, uma mera formalidade, Pedro Sousa derrotou o jovem Illia Biloborodko (6-0 e 6-1) para fechar o resultado do embate em 4-1, mostrando que o desaire no par da véspera, disputado por João Sousa e Gastão Elias, não passou de um pequeno acidente de percurso.
Esta conquista foi festejada de forma bastante efusiva, tal a importância do feito protagonizado pela equipa portuguesa. É apenas a segunda vez na história que Portugal vai disputar o play-off de acesso ao Grupo Mundial da Taça Davis, no qual as melhores seleções do mundo disputam anualmente a vitória na prova.
A outra ocasião aconteceu há 23 anos, numa altura em que Nuno Marques, atual capitão da seleção portuguesa, era o tenista mais cotado de um quarteto muito talentoso, no qual também figuravam Emanuel Couto (igualmente parte da atual equipa técnica), Bernardo Mota e João Cunha e Silva.
Essa seleção, então capitaneada por José Vilela, acabou derrotada pela poderosa Croácia, na altura liderada
Comitiva portuguesa celebrou efusivamente o triunfo de ontem pelo temível Goran Ivanisevic, por esclarecedores 4-0. Volvidos 23 anos, Portugal terá nova oportunidade de lutar por um bilhete para o Grupo Mundial. Venha quem vier “Parecia ser muito fácil, mas foi uma eliminatória muito difícil”, resumiu João Sousa, que no sábado recebeu o prémio Davis Cup