Torremolinos: fábrica de fazer portugueses
As aventuras dos portuguesitos em Torremolinos mereciam melhor atenção. Até os estragos poderiam ter algum interesse. Como se decidiu e de que andares se mandaram colchões pela janela fora? Em viagem de estudantes portugueses, qual o recorde de colchão voador? Como foi parar o televisor à banheira? Aceso? Como se arrancam azulejos, quando o único utensílio que se leva em viagem de fim de curso é, para aqueles que a levam, a escova de dentes?... Nada como pormenores para medir tolices. Mas a minúcia conhecida foi que cada jovem (eram 1200) perdeu os 50 euros que deixara como caução ao entrar no hotel. É o preço da fama deixada por anteriores viagens de fim de curso, nada que não possa ser descontado com protestos sobre futuras propinas. O secretário de Estado das Comunidades já disse o essencial: “Os estudantes encontram-se bem.” Era para tranquilizar, embora assuste: estão bem depois daquilo?!! Enfim, só mais um fenómeno sazonal – viagem de fim de curso de portugueses a Espanha – que voltou a atacar. E a irritar espanhóis, já fartos do nosso sucesso escolar: porque não paramos de estudar no 11.º ano? Sobre todas essas coisas interessantes – de que fiz um pequeno rol – ficámos sem resposta. Mas o que lamento mais é do que nunca ouviremos falar depois dos portuguesitos regressarem a Braga. Muito interessante seria conhecer o que os pais e as escolas vão dizer aos seus. Mas há uma boa razão para não o conhecermos: não vão conversar.