ÁGUIAS SOFREM, MAS MANTÊM A LIDERANÇA
Mitroglou decidiu num jogo em que o Moreirense teve tantas oportunidades como o campeão e na segunda parte os encarnados quase só especularam. Samaris terá agredido Diego Ivo
Um Benfica fraquinho conseguiu uma vitória muito, muito importante em Moreira de Cónegos por 1-0, voltando a ultrapassar o FC Porto e mantendo-se líder na tabela. Mas o campeão teve alguma sorte, porque jogou pouco perante um Moreirense que está perto da linha de água e foi preciso colocar Samaris na fase final para controlar um jogo que nunca esteve seguro até à última jogada.
O Moreirense teve tantas oportunidades como o Benfica (3), o mesmo número de faltas (15), mais cantos (4-1), e estes números dizem alguma coisa do que foi o jogo. O Benfica marcou na primeira parte mas na segunda quase só especulou, com a bola em zonas recuadas mas mesmo assim permitindo boas oportunidades ao adversário.
O Benfica voltou ao registo de uma certa fase da época passada, aproveitando as oportunidades e em duas na primeira parte marcou um golo: um livre de Pizzi perto da área e Mitroglou a aparecer nas costas de Cauê a cabecear. Um livre que tem uma história: o árbitro deu um amarelo a Dramé, mas a falta não era evidente e Tiago Martins primeiro até deixou jogar. E talvez fosse melhor ter mantido essa decisão inicial.
O Benfica tinha Grimaldo, Fejsa, Jonas, mas perdeu muitas bolas, sem conseguir desenhar muitas jogadas perante um Moreirense agressivo, sobretudo Dramé (o avançado que já foi do Sporting fez quatro faltas na primeira parte...), Muitos erros não forçados dos homens de Rui Vitória, muitos equívocos, mas também mantendo sempre a bola longe da baliza de Ederson (que viu um amarelo antes do intervalo por perder tempo...). A primeira parte foi entre áreas, sem pontapés de canto – os primeiros foram até do Moreirense na segunda parte.
Apesar de ter todos os seus melhores homens em campo, Rui Vitória mostrou sempre grande nervosismo no banco perante os erros sucessivos. O Benfica ainda tentou duas ou três vezes a jogada habitual pela direita, com Nélson SemedoSalvio-Jonas, mas nunca saiu verdadeiramente. O Moreirense por essa altura não conseguia criar perigo, mas não deixava o Benfica jogar. E as coisas não saíam, com Grimaldo e Nélson Semedo em dificuldades perante Nildo e Dramé, um dos melhores em campo.
É sempre difícil jogar naquele campo – já lá perdeu o FC Porto para a Taça da Liga nesta época e na mesma competição o Benfica também perdeu no Algarve na meia-final – apesar de Petit nunca ter sorte com o Benfica, a quem nunca tirou pontos. Mas a segunda parte foi muito boa, com Lindelöf a tirar sobre a linha depois de Dramé ter feito o chapéu a Ederson (49’); Cauê, no meio da área após um canto, chutou por alto (62’), Neto falhou de baliza aberta a passe de Dramé (68’). A isto no segundo tempo, o Benfica só contrapôs uma oportunidade de Mitroglou, mas o georgiano Makaridze saiu bem depois de Sagna ter retardado o lance com um bom corte (78’).
Era o pior Benfica da época, talvez também por causa do jogo a meio da semana com o Estoril para a Taça de Portugal, embora grande parte dos seus jogadores nem tenha sido titular nessa partida. Certo é que com Samaris, nos últimos dez minutos, a equipa estabilizou, mas os últimos lances foram de calafrios, num livre (falta de Samaris) e num canto em que o golo esteve à vista. Esse lance da falta deu um grande sururu, aparentemente porque, pelo meio, Samaris terá tido agredido, com um soco, Diego Ivo.
Não foi um jogo fácil de arbitrar, de resto, e se já se falou do lance do golo, faltou cartão amarelo para Pizzi (52’) e um segundo amarelo a Dramé (na parte final), como o amarelo a Luisão é generoso. E sem esquecer que o golo do Benfica, que deu os três pontos e consequente liderança do campeonato, saiu de falta duvidosa.
“Foi uma vitória importante, faltam seis, este jogo já passou para o lado dos jogos feitos” RUI VITÓRIA TREINADOR DO BENFICA
“Sabíamos que iam ser 90 minutos muito difíceis. No fim vamos contentes para casa” SALVIO JOGADOR DO BENFICA