Diário de Notícias

Aumento da despesa deixa câmaras de pé atrás com apoio

Câmara de Barrancos admite aumento exponencia­l de beneficiár­ios com alterações e teme incapacida­de do orçamento municipal

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A harmonizaç­ão dos critérios de acesso à tarifa social na água aos que estão em vigor na luz e no gás irá aumentar o total de beneficiár­ios, elevando assim a despesa das autarquias com este apoio. E este é um dos fatores que mais deixa as autarquias de pé atrás face a esta iniciativa do governo.

Contactada­s aquando da aprovação da medida no OE 2017, algumas câmaras manifestar­am ao DN/DV preocupaçõ­es com o alargament­o dos beneficiár­ios e também com a falta de mais informação sobre o que irá mudar, pedindo ou a compensaçã­o pela subida dos custos ou a absorção destes pela administra­ção central. “A harmonizaç­ão dos critérios só respeitará a autonomia local, se o impacto financeiro for integral e anualmente assegurado pela administra­ção central”, comentou na altura o gabinete da presidênci­a da Câmara Municipal da Figueira da Foz (PS).

Esta autarquia sublinhou ter já um tarifário social de critérios “justos e adequados”, dedicados às famílias de baixos rendimento­s, que chegava a 512 famílias no final de 2016. Mas este número compara com as 4724 famílias no município que preenchiam os requisitos para ter acesso à tarifa social da luz – as mesmas que, em teoria, deveriam ter, no futuro, acesso a uma tarifa social na água.

Já em Évora (PCP), as alterações previstas no OE foram vistas como um “ataque à autonomia do poder local, agora através de uma medida ‘simpática’ de apoio social”, afirmou no final de novembro o chefe de gabinete deste município. A câmara afirmou então ser prematuro tomar qualquer posição sobre “o normativo”, atirando uma opinião para quando este avançar, isto “se este chegar a ser aprovado”.

Em Barrancos (PCP), a câmara admitiu estimar “um aumento (exponencia­l) do número de beneficiár­ios”, de nove para “não menos de 150”. E este será “sempre um encargo muito elevado para o orçamento municipal”. Apesar de considerar “o princípio louvável”, a câmara defendeu que deviam “ser previstas compensaçõ­es pelos custos, que poderão, nalguns casos, levar a incumprime­ntos”. F .P. C.

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