Diário de Notícias

De Birmingham a Manchester (2)

- FERREIRA FERNANDES JORNALISTA

Ontem, depois de ler a minha crónica, alguém me perguntou: “Qual a relação entre Manchester e Birmingham?” 1) A bomba de Manchester. 2) O feudo islâmico de Birmingham (niqabs nas ruas, piscina só para mulheres, escolas públicas e hospitais com regras islâmicas). Qual a relação?! Que canseira, voltemos ao óbvio. Há islâmicos enfeudados num bairro (e outro e outro), de uma cidade (e outra e outra), na Europa, com costumes que os indígenas há muito ultrapassa­ram. Às heroínas europeias custou-lhes lutar por uma igualdade, ainda hoje frágil. É traí-las aceitar que uma mulher não possa comer um pão em público, a menos que se vire para a parede e o engula sem que ninguém lhe veja a boca. É verdade que também não devíamos permitir um índio tamoio comer um braço humano. Mas esse é um falso problema, os tamoios já deixaram de ser antropófag­os e poucos emigram para a Europa. Esta questão da quantidade conta. Há muitos muçulmanos na Europa e muitos aceitam a Europa – e essa é uma equação natural, como haver são-tomenses no Barreiro e portuguese­s em Caracas. Acontece que também muitos muçulmanos não aceitam a Europa – e isso é um desastre. Esses muçulmanos – que execram a Europa e os seus valores (por exemplo, a igualdade das mulheres e a recusa da ditadura da religião) – até poderiam ser só errados inofensivo­s (como os há de outras origens religiosas e políticas), não fosse o seu islamismo radical, que vive um momento histórico agressivo e dinâmico. Certos bairros europeus, proselitam­ente anti-Europa, são quistos que potenciam, sobretudo entre os jovens, o fascismo islâmico. Assim, todos os dias as ruas de Birmingham anunciam o que de vez em quando acontece em Manchester.“Ah, nem posso acreditar, o nossoYouss­ef! Um rapaz tão crente!” Pois, justamente, com esse – tão assumido! – tipo de crença era de prever.

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