Paris Air Show.
O cluster português da aeronáutica, espaço e defesa (AED) está bem e recomenda-se – cresce de forma sustentada, nos últimos anos, em termos de volume, exportações e na subida na cadeia de valor. Já no início da próxima semana irá marcar presença em Paris, na maior feira do mundo da aeronáutica e aeroespacial, para mostrar todas as potencialidades da indústria portuguesa. As perspetivas são de um “potencial de crescimento muito grande”, como referiu recentemente o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Com uma faturação total superior a 1700 milhões de euros, dos quais mais de 80% correspondem a exportações, as 60 entidades que integram este cluster estão bem lançadas para “ultrapassar os 2000 milhões de euros já nos próximos dois ou três anos”. A garantia é dada por Paulo Chaves, presidente do AED e responsável pela linha de negócio da aeronáutica no ISQ, que sublinha, no entanto, a falta de técnicos especializados para as fábricas existentes em Portugal como um potencial travão ao crescimento. “Sem isso não conseguimos dar resposta às muitas encomendas.”
Com o cluster aeronáutica, espaço e defesa a crescer, Portugal estará mais uma vez presente no 52.º International Paris Air Show, que se realiza de 19 a 25 deste mês, no Parque de Exposições de Le Bourget. Esta edição ficará marcada pelo anúncio formal do início das negociações com vista à aquisição de cinco aeronaves KC-390, com opção de mais uma, e ainda a compra pelo Estado português à Embraer de um simulador de voo para instalação e operação em Portugal.
O valor total do negócio ainda não é conhecido, mas estima-se que o valor de mercado de cada unidade do KC-390 possa rondar os 70 milhões de euros. “É um processo entre o Estado português e a Embraer, e os detalhes não são conhecidos. É conhecido o custo de catálogo, mas normalmente os primeiros a comprar têm sempre grandes descontos. É uma prática de todos os fabricantes”, revelou Paulo Chaves, explicando que esta compra tem
A 52.ª feira realizar-se-á no Parque de Exposições de Le Bourget e, mais uma vez, irá reunir todos os maiores desta indústria global e todas as inovações tecnológicas mais recentes. Os primeiros quatro dias do evento estão reservados para visitantes empresariais seguidos de três dias abertos ao grande público. Em 2015 (o evento acontece de dois em dois anos), estiveram presente no International Paris Air Show 2303 empresas de 48 países, 296 delegações oficiais de 91 países, 149 947 visitantes de Lançado em 1909, o evento é organizado pela French Aerospace Industries Association. como objetivo a substituição dos C-130, “uma frota de aviões que já têm gravíssimos problemas operacionais para voar na Europa, e que não estão de acordo com as normas atuais da NATO”.
Além do impacto que as novas aeronaves terão ao nível da defesa, o presidente do AED sublinha também “o impacto para indústria portuguesa” aeronáutica. “Existe já uma cadeia de fornecedores portugueses que participam no processo de fabrico do KC-390. Com esta aquisição, em que Portugal será um dos primeiros operadores destes aviões, e o primeiro a nível da NATO, esperamos que a nossa indústria – que já conhece o projeto desde o início e que já está a fabricar peças de grandes dimensões para este avião
milhões de euros Com grande “potencial de crescimento”, o aeronáutico poderá “ultrapassar os 2000 milhões de euros já nos próximos dois anos. O valor de mercado de cada unidade do KC-390 deverá rondar 70 milhões de euros. Mas o valor total do negócio não é conhecido. – consiga alavancar e fazer crescer a sua participação nas diversas vertentes do fabrico. Quantos mais aviões se fabricarem, melhor.”
Na visão deste responsável, se Portugal assumir o papel de “pivô” entre a Embraer e os mercado europeus, “seria um ganho adicional”.
O cluster da aeronáutica, espaço e defesa representa, hoje, em Portugal mais de 60 entidades e 18 000 empregos, com uma faturação total superior a 1700 milhões de euros, dos quais mais de 80% correspondem a exportações. “Este setor tem crescido de forma sustentada, nos últimos anos, quer em termos de volume, exportações e subida na cadeia de valor. Todas as perspetivas apontam para a continuação deste crescimento.”
De acordo com Paulo Chaves, serão ainda assinados no evento de Paris protocolos de colaboração entre o cluster português e os clusters de Hamburgo (Alemanha), Ontário e Montreal (Canadá), os principais polos da indústria aeronáutica da Europa e com o principal país no clube restrito de produtores de aviões do mundo (Canadá).
O objetivo principal será o de reforçar a participação de empresas portuguesas no setor aeronáutico europeu. “Estamos interessados em alargar a nossa presença na cadeia industrial da Airbus e o polo mais importante é o alemão, em Hamburgo”, diz o presidente do AED. No caso do Canadá, o objetivo passa por estreitar as relações comerciais, potenciando os negócios.