Cristas dá trégua a Medina e centra ataques na governação socialista
Candidata à autarquia da capital e líder do CDS, Assunção Cristas diz que quer manter objetivo de ser “oposição das esquerdas”
“Estou muito animada e motivada e isto vai correr bem.” As palavras de Assunção Cristas, líder do CDS-PP – no encerramento da Convenção Autárquica do partido, que decorreu ontem em Lisboa – demonstram o otimismo com que parte para a campanha eleitoral. Porém, apesar de o contexto ser autárquico, a também candidata à Câmara de Lisboa deixou fora do discurso a oposição a Fernando Medina, atual presidente da autarquia lisboeta e candidato pelo PS. Cristas optou por focar-se nas críticas ao governo de António Costa, a que chamou de governo das “esquerdas unidas”.
Referindo-se à tragédia de Pedrógão Grande, criticou o governo pela falta de explicações quanto ao que “falhou no terreno” e o destino “das verbas”. A líder dos centristas referiu ainda o episódio de Tancos para apontar o dedo a António Costa. “Este é um governo que foge às responsabilidades.”
A líder do CDS-PP aproveitou ainda para defender uma baixa de impostos em todos os escalões do IRS, argumentando ser “injusto e imoral defender baixas apenas para alguns”.
Já Cecília Meireles, cabeça-de-lista pelo CDS à Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, centrou o seu discurso mais nas críticas ao governo e a Fernando Medina, atual presidente da Câmara de Lisboa e candidato pelo PS: “A Assunção Cristas é a alternativa ao Fernando Medina”, acrescentando que o atual clima que se vive é “fingimento”. “Estas eleições têm uma importância extrema para o grupo parlamentar do CDS-PP e não podemos deixar que alguns possam geringonçar”, disse Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS. O deputado do CDS sublinhou que PCP, Bloco de Esquerda e Partido Socialista aproveitam “estas eleições para ir lançando medidas”. Acusando o governo de “oportunismo demagógico”, disse ainda que António Costa é populista, lançando medidas simpáticas em contexto de eleições autárquicas.
Nuno Melo, candidato à Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão, acusou o Partido Socialista de estar na pior fase de falta de “bom senso político” e disse que a extrema-esquerda está a dominar o país. “Nunca a extrema-esquerda mandou tanto em Portugal”, defendeu. Já o candidato à autarquia da Covilhã pelo CDS, Adolfo Mesquita Nunes, acusa os governantes de ignorarem o interior do país: “Arderam hectares e hectares da serra da Estrela e não vi nenhum membro do governo no terreno a apoiar o interior.” “Que me perdoem as pessoas de Lisboa e de Sintra, mas se fosse a serra de Sintra ou a Arrábida a arder, já estariam todos revoltados e a ministra da Administração Interna não estaria ainda a ocupar o cargo”, defendeu.
Nas últimas eleições de 2013, os centristas conquistaram cinco câmaras municipais – mais quatro do que as que detinham –, em Velas (Açores), Santana (Madeira), Ponte de Lima (Viana do Castelo), Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra (ambas no distrito de Aveiro).
“Isto vai correr bem”, garante Cristas. “Não vejo ninguém do governo a apoiar o interior”, lamenta Mesquita Nunes (falando dos fogos)