O enólogo que virou piloto
Eduardo Evangelista é comandante na TAP White e fez a estreia da empresa em Évora e Viseu
TAP Eduardo Evangelista está hoje aos comandos do ATR da TAPWhite que faz as rotas da Península Ibérica, ponte aérea com o Porto e o norte de África. Como comandante da companhia aérea portuguesa ficará na história por ter aterrado um avião da TAP pela primeira vez no Aeródromo de Évora, e foi o segundo no de Viseu. Uma “aventura” proporcionada pela TAP Wine Tour. Uma viagem de promoção das principais regiões vinícolas do país para jornalistas e especialistas internacionais. Por coincidência, a primeira vida profissional do comandante de 43 anos foi nas vinhas. “O primeiro trabalho foi como estudante-trabalhador, em 1996, na Quinta da Rôeda, era escriturário e tentava dar uns pareceres na enologia, embora essa parte estivesse toda em Vila Nova de Gaia”, recorda. Daí, Eduardo Evangelista passou para “uma empresa familiar emVila Nova de Gaia”. As dificuldades que a quinta veio a atravessar em 2005 levou a que fosse dispensado.
Porém, a segurança financeira que tinha alcançado anos antes já tinha permitido ao comandante dar asas ao seu outro sonho, o de pilotar. “Em 2001, fruto de algum conforto económico, consegui tirar o meu brevet privado.” Quando ficou desempregado, Eduardo pensou: “É agora ou nunca.” Rumou aos EUA para fazer o curso de voo comercial e depois regressou para fazer a conversão. Teve azar. “Voltei em 2008 e o mercado estava difícil. Estive quatro ou cinco anos a dar instrução no Aeródromo de Viseu. Em 2011, fui voar para a Índia e o Vietname.” Regressou para concorrer à TAP White, onde está agora. A enologia “é um mundo giro” e não está excluída uma incursão por esse mundo “num futuro próximo”. Mas, para já, Eduardo Evangelista e a sua tripulação estão a fazer história a bordo de um ATR, aterrando em locais onde nunca a TAP tinha ido. Na terça-feira, Évora recebeu o voo inaugural, ontem foi Viseu. “Tive o privilégio de fazer os voos inaugurais. Tudo foi estudado, da vontade que nasceu por parte da TAP, que está aqui a abrir grandes oportunidades para a divulgação dos nossos vinhos e da gastronomia”, sublinha, garantindo que os aeródromos e o avião estão perfeitamente adaptados para este tipo de deslocações dentro de Portugal.