Concorrer, não para se mostrar mas para ganhar
Ainda não brexitou e já o Reino Unido se desfaz de alguns anéis. Restam- lhe os dedos para ir roendo as unhas de angústia pela alhada em que se meteu. Londres, ontem, perdeu as sedes da Agência Europeia de Medicamentos ( EMA) e da Autoridade Bancária Europeia ( EBA). Sediar qualquer delas era desejado por várias cidades europeias e por fortes razões. A EMA, por empregar quase mil pessoas, funcionários qualificados, e receber 36 mil especialistas que passam pela instituição ao longo do ano para encontros científicos. E a força da EBA pode ser explicada assim: a City londrina, a capital financeira mundial, vai deixar de hospedar a agência que regulamenta os bancos europeus. Um sinal do declínio inevitável depois de o Reino Unido ter empenhado o seu futuro por causa de uma geração política rasteira. Os tempos próximos irão mostrar- nos outras consequências dos surtos epidémicos no Reino Unido ( e Catalunha ( independência) e polo difusor nos Estados Unidos ( Trump), cujas manifestações clínicas são evidentes: fechar- se sobre si. Justamente, ontem, Barcelona deixou de ganhar uma das agências ( EMA) que estariam talvez ao seu alcance, não fosse ela comportar- se tão pequenina como Londres. Por falar em pequenino, Rui Moreira disse do Porto, a cidade a que preside e era candidata a sediar a EMA: “Agora estamos ainda mais na mira dos investidores internacionais.” Não, não era para se dar por ele que Portugal se candidatou, era para sediar, ou não.