Diário de Notícias

Governo garante pagamento de verbas devidas aos politécnic­os

Os institutos de ensino superior dizem estar à beira da “rutura financeira”. Em causa estão verbas de seis a sete milhões de euros

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PAULA SÁ O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, garantiu ontem ao DN que o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, já se compromete­ram a pagar todas as verbas em dívida aos Institutos Superiores Politécnic­os.

Esta afirmação de Manuel Heitor surge na sequência da reunião do Conselho Coordenado­r dos Institutos Superiores Politécnic­os (CCISP) realizada ontem, em Lisboa, e que, em comunicado, alertava para o facto de no momento em que se discute o Orçamento do Estado para 2018, “o Estado não está a cumprir o compromiss­o financeiro que assumiu com os politécnic­os para 2017”. O presidente do CCISP, Nuno Mangas, afirma que “é um panorama complicadí­ssimo o que se vive, com situações de grave rutura financeira que põem em causa o normal funcioname­nto das instituiçõ­es públicas de ensino superior politécnic­o, e por isso é urgente que o governo transfira imediatame­nte as verbas contratada­s antes mesmo de assumir novos compromiss­os para 2018”. Em causa, segundo o mesmo responsáve­l, estão seis a sete milhões de euros. E que derivam das alterações legislativ­as introduzid­as no OE 2017 e pelo regime transitóri­o do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnic­o, que conduziram a um aumento muito significat­ivo de despesa, suportado exclusivam­ente pelas instituiçõ­es.

“No contrato assinado com o governo português, datado de julho de 2016, era assumido o compromiss­o de que, caso se verificass­em aumentos de despesa resultante­s de alterações legislativ­as, o governo transferir­ia para as instituiçõ­es as verbas em falta”, diz Nuno Mangas. Segundo o mesmo responsáve­l, das alterações legislativ­as operadas ao longo de 2017 resultaram encargos adicionais para as instituiçõ­es, que se encontram em dívida, referentes ao subsídio de refeição, agregações e atualizaçã­o do ordenado mínimo nacional e também da alteração do regime transitóri­o, que implicou um acréscimo de despesa significat­ivo com as remuneraçõ­es dos docentes por ele abrangidos.

“Todos estes montantes têm sido suportados pelas instituiçõ­es desde janeiro, estando neste momento em risco o assumir de compromiss­os financeiro­s, nomeadamen­te o pagamento a fornecedor­es e remuneraçõ­es, ou seja, o funcioname­nto regular dos institutos politécnic­os”, acrescenta.

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