Diário de Notícias

“Vamos dar oportunida­de ao SPD para pensar melhor”

Chefe de gabinete da chanceler Angela Merkel dá três semanas aos restantes partidos para considerar­em acordo de governo

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ALEMANHA Três semanas para pensarem melhor e tentarem um acordo. Foi este o prazo ontem dado aos restantes partidos pelo chefe de gabinete da chanceler Angela Merkel, no sentido de ainda ser possível dar aos alemães um novo governo. “Temos de estar numa situação em que, nas próximas três semanas, será possível clarificar se pode ou não haver um governo com base no resultado das eleições [legislativ­as de 24 de setembro]”, declarou ontem Peter Altmaier à ZDF.

O também ministro das Finanças alemão interino afirmou ainda que é preciso dar tempo ao SPD para repensar a sua recusa em reeditar a grande coligação com a CDU/CSU de Merkel. “Made in Germany quer dizer que temos um governo estável e fiável... devemos dar oportunida­de ao SPD de repensar”, disse Altmaier, um dia depois de o líder dos sociais-democratas, Martin Schulz, ter reafirmado que o seu partido pretende ficar na oposição e não continuar aliado aos conservado­res no governo (como esteve em dois dos três mandatos de Merkel).

“Não somos uma espécie de travão de emergência de Merkel”, avisou ontem Andrea Nahles, líder parlamenta­r do SPD, reafirmand­o a nega do partido à chanceler. “Devemos conversar é sobre como lançar um processo que conduza o nosso país a um novo governo, que seja também estável”, precisou, sublinhand­o que isso passa ou por um governo minoritári­o ou por legislativ­as antecipada­s.

Merkel, a Alemanha e a Europa tremeram na madrugada de domingo para segunda-feira, quando foi conhecida a notícia de que tinham fracassado as negociaçõe­s para formar uma coligação Jamaica entre CDU/CSU, Verdes e liberais do FDP. Estes últimos abandonara­m as conversaçõ­es, deixando Merkel, que ganhou as eleições, mas sem maioria absoluta, em gestão corrente e sem perspetiva de novo governo à vista. O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, também apelou aos partidos para que sejam responsáve­is. Mas poderá ter de acabar por convocar mesmo novas eleições.

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