“Que tenham a coragem de parar nos jogos dos três grandes”
Movimento de clubes sem Benfica, Sporting e FC Porto reuniu-se no Porto e assume “momento de viragem” no futebol português
G-15 Uma reunião que não foi “contra ninguém” mas sim “contra o estado atual do futebol português”. Assim definiu António Salvador, presidente do Sp. Braga, o primeiro encontro do já denominado G-15, movimento de clubes da I Liga, à margem dos três grandes, que teve lugar ontem à tarde no Porto – Moreirense, V. Guimarães, V. Setúbal e Portimonense tiveram “faltas justificadas”.
“É impossível continuar assim. Os três grandes têm de perceber de uma vez por todas que sem os restantes 15 clubes não há campeonato. O estado do futebol português é preocupante. Queremos que as pessoas que envergonham o futebol português sejam, de uma vez por todas, erradicadas do dirigismo”, frisou António Salvador.
Num dia que ficou marcado pela notícia de que vários árbitros estão a pedir dispensa dos jogos da próxima jornada dos campeonatos
o presidente do Sp. Braga apelou ao bom senso, mas deixou também um desafio: “A APAF já fez ameaças deste género no passado e acabou por prevalecer o bom senso. Tenho de ser claro: é preciso coragem para haver mudança. Falam de paragem, então que tenham a coragem de parar nos jogos dos três grandes. São eles que têm feito este ambiente.”
Neste encontro, apelidado como um “momento de viragem” por António Salvador, debateram-se temas relacionados com a arbitragem e o videoárbitro, mas também questões como a proibição dos empréstimos entre clubes do mesmo escalão, segurança nos estádios, promoção da competição e dos jogadores ou alterações de estatutos para reformulação da direção da Liga, entre outros.
Propostas concretas, prometem, sairão da próxima reunião, a 29 deste mês, emVila do Conde. “Cada um de nós fará o trabalho que pode produzir efeitos para o futebol português. Não estamos sem os três grandes, queremos que estejam connosco, mas nesta fase é importante este grupo mais reduzido. Não queremos excluir nem FPF nem Liga. As alterações que pretendemos não se fazem num dia”, referiu Carlos Pereira, do Marítimo.