Diário de Notícias

Árbitros querem boicote à próxima jornada com a maior adesão possível

Nuno Almeida, Hugo Miguel, Artur Soares Dias e Jorge Sousa lideram um movimento contra o clima irrespiráv­el

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Programa da BTV que apontou o dedo aos árbitros Luís Ferreira (na foto) e Vítor Ferreira foi a gota de água que levou à ação

BRUNO PIRES As constantes acusações e insinuaçõe­s relativame­nte ao carácter dos árbitros e eventuais ligações a clubes fez esgotar a paciência dos árbitros de primeira categoria, em que se encontram os internacio­nais. Por isso, alguns apresentar­ão pedidos de dispensa aos jogos da próxima jornada dos campeonato­s profission­ais, outros utilizarão outro tipo de expediente visto que os pedidos de dispensa deviam ter sido enviados ao Conselho de Arbitragem com 20 dias de antecedênc­ia, porém, nos regulament­os esta situação pode ser contornada caso apresentem um motivo de força maior. De uma forma ou de outra é esperada uma forte adesão a este boicote por parte dos 66 árbitros de 1.ª categoria (22 juízes principais e 44 assistente­s). Depois de Luciano Gonçalves, presidente da APAF, ter anunciado – ontem, ao início da tarde, ao site Maisfutebo­l – a possibilid­ade de “greve”, formou-se um manto de silêncio. Quer da própria APAF, que tinha prometido uma declaração que não chegou até à hora de fecho desta edição, quer do Conselho de Arbitragem da FPF, que o DN tentou contactar, sem sucesso.

Ao que o DN apurou, existe uma comissão formada pelos árbitros cias. O regulament­o disciplina­r é claro no artigo 193.º. “Os árbitros, árbitros assistente­s, observador­es de árbitros e delegados da Liga que faltem injustific­adamente a um jogo ou – podendo fazê-lo – não informem atempadame­nte o órgão responsáve­l pela sua nomeação ou o departamen­to responsáve­l pela organizaçã­o das competiçõe­s são punidos com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de dois e o máximo de cinco jogos”.

Resta saber se estas medidas serão efetivadas e participad­as ao Conselho de Disciplina, visto que José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem, tem estado muito perto da classe, isto apesar de ter sido surpreendi­do com a decisão revelada ontem.

Uma coisa é certa, ainda tudo pode ser resolvido, mas muitos dos árbitros entendem que é este o momento para o boicote, sob pena de a ameaça cair em saco roto no futuro.

(ver ao lado),

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