Os avanços a partir de Maastricht (1992) pareciam encaminhar para uma unidade política sólida e de nova invenção, que em diversas latitudes inspirava projetos de criação de solidariedade regionais e viria a incluir a cidadania europeia que Victor Hugo rec
em 1980, o que finalmente desenvolveu rapidamente, não obstante melhorias da vida comum das sociedades civis, a distinção entre uma Europa rica a norte e uma Europa que pareceu, sendo pobre, reconstruir a sul a fronteira do Império Romano. Os avanços a partir de Maastricht (1992) pareciam encaminhar para uma unidade política sólida e de nova invenção, que em diversas latitudes inspirava projetos de criação de solidariedade regionais e viria a incluir a cidadania europeia queVictor Hugo reclamava desde 1876, ferido e indignado pelos massacres da guerra entre a Sérvia e o Império Otomano.
O objetivo que parecia animar o projeto era, como foi dito, legitimar os Estados europeus depois das verdadeiras catástrofes das guerras de 1914-1918 e de 1939-1945, com tudo isto criando uma affectio societatis que, ao contrário, a crise financeira e económica agrediu nos factos com as espécies de protetorado exercido sobre os mais debilitados, com a quebra de confiança dos eleitorados no complexo edifício administrativo afetado pela “inidentidade” dos numerosos servidores, e o exemplo grave de abandono criado, e envolto em dificuldades de execução pelo Reino Unido, que levará consigo o maior exército e a maior esquadra europeus. Este último facto, quando a vice-presidente da Comissão encarregada da segurança e defesa diz ser necessário um exército que exige recursos não previstos em qualquer orçamento, enfrenta hesitações de adesão geral dos Estados, e a solidariedade atlântica dá mostras de arrefecimento quando o governo dos EUA coloca a exigência orçamental contributiva antes de avaliar os riscos que não usam contabilidade. Infelizmente, a pergunta lançada nesta data de perigo de nova e final desordem militar mundial, com a já invocada capacidade americana de destruir a ferro e fogo os adversários, omitindo que o resto do mundo será inevitavelmente incluído nas consequências sem remédio, é indispensável que entre as dificuldades evidentes da nova circunstância que rodeia a Europa Unida esta consiga dominar os perigos chamados “micronacionalismos”, repor a confiança dos eleitorados que desanimam, moderar os populismos, orientar-se no sentido de conseguir dispensar a tantas vezes criticada “geometria variável”, porque não é sem um sólido projeto europeu que a Europa participará, ativa e forte, no centro do equilíbrio mundial em ebulição, antes precisa de autenticidade em relação ao pensamento dos fundadores e para isso de estadistas que tenham igual estatura.
As incompatibilidades do passado, gravemente adensadas pela época do muro e da política de metades, a perda do projeto francês da Euráfrica que a Europa tem interesse fundamental em retomar, a revisão dos condicionamentos da ONU para conseguir estar no centro do reequilíbrio necessário para que a terra seja a “casa comum dos povos”, são exigências muito acima das teimosas diferenças e desencontros que tão frequentemente substituem a exigência da boa governança pela eurocracia.