Diário de Notícias

Doumbia, a senha do leão para chegar aos quartos-de-final

Marfinense materializ­ou o pouco futebol da segunda linha leonina frente a uma equipa que não esteve a fazer de figurante

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Gelson e Doumbia (três golos), os marcadores de serviço do Sporting frente ao Vilaverden­se

BRUNO PIRES Terminou ontem em Alvalade, aos pés do Sporting, o sonho do Vilaverden­se, a equipa mais concretiza­dora dos campeonato­s nacionais – 44 golos em 17 jogos. Isto após ter eliminado o Bragança, Esmoriz, Boavista eVizela, equipa com a qual disputa a subida à II Liga.

A formação minhota enfrentou a segunda linha leonina e não se atemorizou, colocando dois elementos na frente de ataque, Zé Pedro e Ahmed Isaiah.

Tendo em conta que o Sporting jogava em casa diante de um adversário dois escalões abaixo, pode dizer-se que a primeira parte foi surpreende­ntemente equilibrad­a, com o flanco direito minhoto a dar trabalho a Bruno César, nem sempre ajudado por Bryan Ruiz. A dupla composta pelo ala André Soares e o lateral Pedro Lemos ia mostrando acerto defensivo e qualidade a atacar.

Claro que o Sporting tinha mais bola, mas os seus jogadores, falhos de ideias, mostravam pouca ou nenhuma imaginação para romper a bem organizada defesa do Vilaverden­se. Depois também contribuiu para esta exibição menor o facto de muitos destes elementos terem poucos minutos de jogo e quase nunca terem alinhado em simultâneo. Curiosamen­te, o mais impetuoso, e de onde surgiram as duas melhores oportunida­des de golo na primeira parte, foi Iuri Medeiros. Primeiro a solicitar, com classe, Alan Ruiz e este a falhar um golo fácil, e depois no lance do golo inaugural; belo centro do açoriano que permitiu a Bryan Ruiz cabecear para defesa incompleta de Pedro Freitas e Doumbia a aproveitar para fazer o golo mais fácil da carreira. Iuri Medeiros versus Jorge Jesus Aqui temos de fazer um parênteses para dizer que é uma pena que Jesus, e isso foi notório, tenha tolerância zero para com Iuri. O treinador não perdoa uma intervençã­o menos boa quando na verdade ninguém fez mais do que o esquerdino nos minutos em que esteve em campo. E o mal-estar foi evidente na hora da substituiç­ão, com treinador e jogador a evitarem-se.

Voltando ao jogo, o 1-0 desmoraliz­ou um pouco o Vilaverden­se, que à medida que os minutos iam passando mostrava mais confiança. O facto de o golo ter surgido perto do intervalo acabou por ser um problema para o treinador António Barbosa.

Aos 60 minutos, Jesus quis acabar com o que restava de incerteza e lançou Gelson e Podence no lugar dos dois Ruiz. E logo a seguir numa jogada bem trabalhada por Bruno César, Iuri e Podence, Gelson ofereceu mais um golo a Doumbia. Ficava a saber-se que o Sporting seguia para os quartos-de-final da Taça de Portugal, fase mais adiantada que Jesus conseguiu em Alvalade.

No tempo que restou, Doumbia fez o terceiro golo a passe de Podence e Gelson, que entrou com vontade, picou o ponto. Também deu para perceber que há jogadores que terão poucas oportunida­des de prosseguir em Alvalade. Falamos de Petrovic, Tobias, Alan Ruiz, que nem esteve mal mas é menos um quando a equipa não tem bola, além do caso Iuri Medeiros.

Uma última nota para o Vilaverden­se; tem uma equipa intensa, de qualidade e com futebolist­as que na próxima época não estarão, com toda a certeza, no Campeonato de Portugal. E em dia de festa ficou sem a receita da Taça devido a uma penhora intentada pelo Montepio Geral no valor de 45 500 euros.

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