Rio Ave elimina Benfica. Sporting em frente com três golos de Doumbia
Águias somam segundo fracasso da época ao perder por 3-2 no tempo extra. Jonas falhou penálti e Luisão lesionou-se. Vilacondenses tiveram alma para dar a volta ao jogo
O Rio Ave afastou ontem o Benfica nos oitavos-de-final da Taça de Portugal ao vencer, em Vila do Conde, por 3-2, após prolongamento. Os vilacondenses eliminaram pela segunda vez na sua história um grande, depois do Sporting em 1984-85, e continuam a alimentar o sonho de regressar ao Jamor. Já os encarnados, depois do adeus à Liga dos Campeões, foi agora a vez de caírem na segunda mais importante prova do futebol nacional, aumentando para oito o número de derrotas sofridas nesta temporada, mais do que em toda a época passada.
Foi um jogo muito intenso e competitivo, em que os vilacondenses foram premiados pela audácia e pela atitude, sobretudo após o intervalo, altura em que os encarnados chegaram em vantagem graças a um grande golo de Jonas e, bem vistas as coisas, até poderiam ter uma vantagem maior, tantas foram as oportunidades criadas.
É que o Benfica levou a lição bem estudada do jogo do campeonato (1-1), pois pressionava bastante a saída de bola junto da área dos vilacondenses e depois preenchia bem a zona central do meio-campo, onde recuperava rapidamente a posse de bola. Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, desesperava perante a incapacidade da equipa em ligar as jogadas, que obrigou várias vezes os defesas a fazer lançamentos longos para as costas da defesa do Benfica, sem resultados práticos.
Só que, no início da segunda parte, a equipa de Rui Vitória fez algo que se está a tornar um hábito esta época: perder a vantagem que leva para o intervalo. Ontem foi a quinta vez que tal aconteceu, depois de CSKA Moscovo (Champions), Boavista, Sp. Braga (Taça da Liga) e Marítimo. Primeiro foi Lionn a aproveitar um disparate de Franco Cervi e depois foi Rúben Ribeiro a fazer um belo golo, em que a defesa encarnada foi bastante passiva.
Em apenas 17 minutos o Rio Ave deu a volta ao resultado e criava grandes dificuldades ao Benfica, pois a forma fluida como jogou no primeiro tempo perdeu-se, sobre- tudo por mérito do Rio Ave que usou a capacidade de luta para pressionar mais o meio-campo contrário, tornando o jogo uma autêntica batalha, bem mais dividida.
Já depois de Cássio ter evitado o empate de Luisão, Rui Vitória arriscou tudo, lançando Raúl Jiménez e Zivkovic. Até que chegou o penálti de Nélson Monte sobre Jonas, mas o brasileiro permitiu a defesa do guarda-redes do Rio Ave, levando o treinador ao risco máximo, lançando Seferovic, mais um avançado. Foi já aos 86 minutos que Luisão conseguiu o empate a duas bolas, após canto de Zivkovic.
O prolongamento estava à vista, mas o Benfica tinha agora uma equipa desequilibrada com três avançados, um problema que foi agravado com a lesão de Luisão que deixava a equipa com dez durante todo o prolongamento. E que melhor início de tempo extra podia querer o Rio Ave do que fazer o 3-2? Foi isso mesmo que aconteceu quando Barreto aproveitou mais uma vez a passividade da defesa encarnada, tendo Hélder Guedes batido BrunoVarela pela terceira vez.
Era o golpe fatal numa equipa do Benfica que, tirando um remate de Seferovic para Cássio brilhar, revelava incapacidade para dar a volta ao destino. O sonho continua em Vila do Conde, enquanto na Luz é hora de contar espingardas depois do segundo fracasso da época.
“Estar na final do Jamor não é um sonho, é um objetivo. Crescemos ao longo do jogo e fomos uns justos vencedores”
MIGUEL CARDOSO
TREINADOR DO RIO AVE “Na minha opinião fomos superiores. Temos agora duas competições para nos focarmos. Houve grande infelicidade”
RUI VITÓRIA
TREINADOR DO BENFICA