Manuel Delgado: “Ultrapassados todos os limites de reserva pessoal”
COMUNICADO Ex-secretário de Estado emitiu ontem comunicados explicando porque se demitiu, falando de “grave violação da privacidade” No dia em que o líder parlamentar do PS, Carlos César, disse, na TSF, que Manuel Delgado se demitiu de secretário de Estado da Saúde “com um dia de atraso”, o demissionário emitiu um comunicado explicando porque deixou o executivo: “O que motivou a minha demissão foi a grave violação da privacidade da minha vida pessoal em termos e circunstâncias inadmissíveis e que ultrapassaram todos os limites, já que foram para muito além do âmbito e contexto sobre as eventuais suspeitas de irregularidades de gestão que foram cometidas naquela entidade.” “Nessas circunstâncias, ultrapassados todos os limites de reserva pessoal e com o devido sentido de estado, outra decisão não poderia deixar de tomar.”
Em causa está o facto – não explícito nas explicações ontem dadas – de Manuel Delgado ter sido confrontado pela TVI com o facto de a sua relação com Paula Brito e Costa, a líder da Raríssimas – instituição de que foi consultor, antes de ir para o governo, com um ordenado de três mil euros –, ser mais do que uma relação profissional, ou seja, ser uma relação pessoal.
No comunicado, Manuel Delgado afirma: “Fui remunerado pela prestação de um serviço para o qual fui contratado e no âmbito das minhas competências profissionais”, e que essa prestação de serviços ocorreu “muito antes” de ir para o governo, cumprindo assim “na íntegra todo o quadro legal e ético”.
Além do mais, nessa altura não conhecia (“nem tinha de conhecer”) a “gestão remuneratória da instituição”. Acrescentando: “Não (nunca) recebi qualquer favorecimento por qualquer relação pessoal” e “enquanto secretário de Estado da Saúde não tive nenhuma intervenção em processos de apoio à Raríssimas”.
Numa nota final, Manuel Delgado afirma que foi “uma honra” ter integrado o atual governo, estando hoje “tão confiante no seu sucesso político” como no primeiro dia em que iniciou funções. Agradece também as mensagens de apoio que recebeu, nomeadamente de “membros do governo”. J.P.H.