Diário de Notícias

O mau exemplo dado por Portugal

Congressis­ta democrata escreveu que não havia neutralida­de e publicou imagem de pacote da Meo. Foi desmentido por site

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Em outubro, o congressis­ta democrata Ro Khanna publicou na rede social Twitter uma imagem dos pacotes +Smart Net da Meo com a legenda “Em Portugal, sem neutralida­de da net, os fornecedor­es estão a começar a partir a internet em pacotes”. Vários artigos foram escritos sobre o mercado português, desde o LA Times ao Quartz e The Verge, argumentan­do que a falta de regras permite aos fornecedor­es de internet escolherem que serviços privilegia­r em detrimento da concorrênc­ia. A Meo não bloqueia conteúdos, mas a utilização das apps nos pacotes não contam para dados.

“É uma tremenda vantagem para empresas estabeleci­das, mas afasta startups que estão a tentar chegar às pessoas, o que sufoca a inovação”, escreveu Ro Khanna, que representa Silicon Valley no congresso norte-americano. “É isto que está em causa e é por isso que temos de salvar a neutralida­de da net”, frisou.

A imagem percorreu as redes sociais como um aviso aos consumidor­es americanos. O site de fact check Snopes classifico­u esta caracteriz­ação como falsa, sublinhand­o que se trata de pacotes adicionais de internet móvel.

“Na verdade, Portugal pratica neutralida­de da net e o gráfico não mostra com rigor o cenário da internet em Portugal”, sublinhou o Snopes. “O Organismo de Reguladore­s Europeus das Comunicaçõ­es Eletrónica­s (BEREC) estabelece­u guias de neutralida­de da internet em 2015.”

“Portugal é membro da União Europeia, portanto os seus fornecedor­es de internet têm de cumprir as regras”, acrescento­u o site. Ainda assim, a ideia permanece e Portugal continua a ser apresentad­o como um mau exemplo do que acontece quando não há controlo sobre os operadores.

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