A presunção de Renato é o último obstáculo a novo título de CR7
Treinador do Grêmio diz que foi melhor do que o português e espera igualar Zidane com vitória sobre o Real Madrid
RUI FRIAS Se Cristiano Ronaldo se autoproclamou recentemente “o melhor jogador da história” – Maradona riu-se, ontem, da pretensão do português –, Renato Gaúcho também não tem problemas em afirmar alto e bom som que foi “melhor” jogador do que o avançado do Real Madrid. Em batalhas de egos, o treinador do Grêmio de Porto Alegre não fica a perder para ninguém e a sua presunção é mesmo o maior trunfo do clube brasileiro para tentar surpreender o campeão europeu, hoje,17.00, na final do Mundial de Clubes.
A tirada de Renato Portaluppi, o maio ídolo histórico do Grêmio (o que lhe valeu a alcunha de Gaúcho), surgiu ainda longe de se adivinhar o duelo que hoje vai ter palco nos Emirados Árabes Unidos, em fevereiro passado, numa entrevista à ESPN brasileira. “Os adeptos desta geração, na maioria, seguem Cristiano Ronaldo. Agora, esta geração não me viu jogar. Se falarem com adeptos dessa altura, que me viram jogar, podem ter a certeza de que vão ter outra opinião. Queria ver Cristiano Ronaldo jogar e sair campeão nos clubes em que joguei, alguns com três e quatro meses de salários em atraso”, disse, entre outras coisas, o atual treinador.
Mas aquilo que na altura foi registado em tom de piada acabou por ganhar projeção agora que os destinos de Renato e Ronaldo se cruzam no Mundial de Clubes. E o brasileiro não acanhou o ego. “Mantenho o que disse, com certeza. Eu acho que joguei mais do que ele”, afirmou ontem aos jornalistas, na antevisão da final.
Dentro das quatro linhas, Renato Renato já ganhou Mundial de Clubes como jogador (1983) Gaúcho destacou-se como avançado de técnica refinada e bom jogo de cabeça, ficando na história do Grêmio de Porto Alegre como a figura da equipa que em 1983 ganhou a Taça Libertadores e a então Taça Intercontinental (antecessora do Mundial de Clubes), na qual marcou mesmo os dois golos da vitória sobre os alemães do Hamburgo (2-1). Passou ainda por vários outros clubes brasileiros (e um ano pela Roma), numa carreira que esticou até aos 37 anos (1999).
Agora, na sua terceira passagem pelo clube como treinador, voltou a ser sinónimo de sucessos para o emblema de Porto Alegre, devolvendo os gaúchos aos títulos nacionais (Copa do Brasil 2016) e internacionais (Libertadores 2017). Esta tarde, contra o Real Madrid, pode engrandecer a sua lenda entre os gremistas e juntar-se a um grupo de elite da história do futebol, tornando-se apenas o quinto elemento a ganhar o título Mundial de Clubes enquanto jogador e treinador.
Para isso, precisa de vencer um dos quatro nomes que já o conseguiram: o francês Zidane, atual técnico do Real Madrid – os outros são o italiano Carlo Ancelotti e os uruguaios Luis Cubilla e Juan Mujica. Se não conseguir contrariar o favoritismo do Real, Renato Gaúcho terá de ver CR7 festejar novo recorde: o seu quarto título Mundial de Clubes (ele que na meia-final já se tornou o maior goleador da prova). No arranque da jornada, o Boavista venceu o Paços de Ferreira na Mata Real ao virar o resultado de 1-0 para 1-2 com golos de Mabil, para os locais, Mateus e Rossi.