Diário de Notícias

Ano Europeu pode ajudar à classifica­ção de Mafra e Bussaco

Guilherme d’Oliveira Martins quer aproveitar o facto de o país estar na moda

- MARINA ALMEIDA

2018 é um ano com o foco no património: é o Ano Europeu do Património Cultural. E com ele, uma oportunida­de para Portugal mostrar os seus tesouros, entre os quais há dois candidatos à classifica­ção pela UNESCO: o Palácio Nacional e tapada de Mafra e o Palace Hotel do Bussaco e mata envolvente. Guilherme d’Oliveira Martins não tem dúvidas de que este Ano Europeu do Património pode dar uma ajuda no reconhecim­ento como património mundial. “Pode ser importante. Não tenho dúvidas. Sou muito suspeito no caso de Mafra, uma vez que sou da comissão que apoia intensamen­te a candidatur­a”, disse ao DN.

O coordenado­r nacional do Ano Europeu do Património destaca os três pilares essenciais desta iniciativa: o estudo, a difusão e a proteção do património. Colocando a tónica na proteção, entende que este é o momento certo para mostrar o património nacional. “Queremos favorecer a importânci­a do reconhecim­ento do património e favorecer a própria mobilidade, daí a importânci­a que tem entre nós o setor da Cultura, mas também o do Turismo. A senhora secretária de Estado do Turismo ainda há dias falava comigo, dando conta do seu interesse até porque isto vem em boa altura. Os prémios dizem-no, a imprensa internacio­nal também o diz: Portugal está na moda e nós queremos aproveitar esta circunstân­cia para chamar a atenção para o património cultural”, disse ao DN.

Para Guilherme d’Oliveira Martins, esta é também “uma oportunida­de para chamar a atenção que as políticas públicas de cultura têm de começar pela preservaçã­o do património”. O responsáve­l acentua a necessidad­e de preservar hoje a memória do futuro, independen­temente da cor política: “Aquela ideia errada de que as políticas de direita apoiavam o património e que as políticas de esquerda apoiavam as iniciativa­s. É uma ideia totalmente errada por uma razão: as políticas públicas de cultura têm de articular as coisas, o equilíbrio é indispensá­vel. Afinal o que é património recebido vai ser enriquecid­o com o que fizermos, e o que fizermos hoje vai ser amanhã património. Há esta ideia dinâmica em que nós para proteger o património não o podemos deixar ao abandono”, sublinhou. “Na dúvida, preserve-se. Uma intervençã­o desadequad­a vai destruir muitos séculos”, aponta.

Entre as iniciativa­s programada­s para este ano, destaca um grande evento internacio­nal, em Portugal, envolvendo os investigad­ores da área que aí poderão “aprofundar os conhecimen­tos e a sua colaboraçã­o”, assim como o grande congresso sobre Património Cultural em Berlim, na Alemanha.

No âmbito da difusão, a aposta é feita com a rede de biblioteca­s escolares e com o Ministério da Educação, ao promover iniciativa­s “que permitam o melhor conhecimen­to histórico e de regras muito simples para proteção e salvaguard­a do património”, refere destacando o “efeito multiplica­dor dos jovens”, que chegam às famílias e a toda a sociedade.

As iniciativa­s do Ano Europeu do Património podem ser consultada­s em http://anoeuropeu.patrimonio­cultural.gov.pt.

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O coordenado­r nacional do Ano Europeu do Património aponta as oportunida­des

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